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Você sabe o que é labirintite exatamente?
Apesar de ser uma doença bastante conhecida e relativamente comum entre a população, muitas pessoas não sabem quais são as suas particularidades mais importantes.
Isso porque, associamos a patologia a qualquer tipo de vertigem, quando na verdade este o sintoma não representa todo o desconforto causado pela doença.
Dito isso, é fundamental conscientizar-se sobre o que a labirintite engloba de fato, quais os seus possíveis riscos, como reconhecê-la, diagnosticá-la e combatê-la.
Com o objetivo de esclarecer o tema e seus pontos de atenção, preparei este artigo com informações completas sobre a condição.
A seguir, entenda o que a caracteriza, quais suas causas, sintomas mais comuns, possíveis complicações, fatores de risco, métodos diagnósticos, tratamentos e meios de prevenção.
O que é labirintite?
Labirintite é o termo mais popular para se referir aos transtornos que acometem a região do labirinto.
Trata-se de uma estrutura que fica na parte interna do ouvido, que inclui a cóclea, fundamental para a audição, além do vestíbulo e dos canais semicirculares, que são responsáveis pelo equilíbrio.
Dessa maneira, todo problema que afeta essa área pode gerar sensação de tontura e de vertigem, além de disfunções auditivas e outros sintomas relacionados.
Vale ressaltar que, apesar de comum, o termo labirintite é pouco preciso. Isso porque, a terminação “ite” indica inflamações, mas nem toda patologia do labirinto vem de processos inflamatórios.
Sendo assim, a referência correta seria distúrbio vestibular periférico ou labirintopatia, que são denominações mais exatas utilizadas pela comunidade médica e científica.
Mesmo que impreciso, o nome labirintite continua sendo aceito nas rotinas de atendimento, simplificando a comunicação com os pacientes.
Como mencionei na introdução, nem toda vertigem pode estar ligada às doenças do labirinto. Contudo, esse é o sintoma mais clássico apresentado pelos pacientes e exige sempre uma investigação aprofundada.
Levando em consideração que 33% da população brasileira tem quadros vertiginosos, sendo que nos idosos esse índice aumenta para 65% (segundo dados da Unifesp divulgados pela NSC), é imprescindível manter-se atento à sua ocorrência e possível relação com a labirintite.
Quais são as causas da labirintite?
Para compreender o que causa labirintite, diversos fatores precisam ser levados em consideração. Logo, podemos desencadear a doença através de infecções, diferentes patologias e até por condições mentais.
Veja abaixo quais são os fatores desencadeadas mais e menos recorrentes da patologia e suas principais particularidades:
Causas mais recorrentes
De todas as condições que desencadeiam a labirintite, a mais comum é a Vertigem Posicional Paroxística Benigna. Também chamada de VPPB, essa doença é presente em 3 de cada 10 pessoas que se queixam de vertigem, segundo especialistas consultados pelo portal UOL.
Trata-se de um problema mecânico, em que partículas de cálcio presentes no labirinto se deslocam para outras regiões, fazendo com que o paciente sinta que tudo está “rodando” sempre que move a cabeça ou a coloca em uma posição específica. Isso pode durar poucos segundos, que é o tempo que as partículas levam para se estabilizar, mas repete-se constantemente.
Além disso, também é normal que a labirintite seja desencadeada por causas metabólicas, como alterações no colesterol, elevações de triglicérides e de ácido úrico, ou ainda por mudanças glicêmicas (como hipoglicemia e diabetes) e da tireóide (como hipertireoidismo ou hipotireoidismo).
Obstruções na região auricular, também podem favorecer a patologia, assim como disfunções articulares, sendo a mais comum a ATM.
A dieta também está bastante relacionada à ocorrência de labirintite; jejuns prolongados, consumo excessivo de carboidratos, frituras, álcool, gorduras, açúcar, refrigerantes, chocolate e bebidas ricas em cafeína, são causas comuns da doença.
Outras causas comuns
A labirintite ainda pode ser gerada por qualquer tipo de condição que causa inflamações no ouvido, principalmente aquelas ligadas à bactérias e vírus.
Nesses casos, as doenças virais que mais contribuem para o início da doença incluem desde simples resfriados e gripes, até o sarampo, papeira e febre glandular. Nas patologias bacterianas, relacionamos a meningite, como uma das disfunções mais comuns do labirinto.
Alguns quadros infecciosos nas regiões próximas do labirinto, como sinusite, amigdalite, entre muitos outros, ainda que não sejam diretamente relacionados à labirintopatia, podem favorecê-la por conta da presença de seus agentes causadores.
Há ainda a labirintite emocional, que surge como consequência do estresse excessivo, da ansiedade e de outras situações que comprometem o equilíbrio mental.
Somadas a essas causas, estão as alergias, as doenças neurológicas, os tumores cerebrais e a ocorrência de traumas, com destaque para o traumatismo craniano.
Causas mais raras
O uso recorrente de certas substâncias e a própria automedicação também podem ter como consequência a labirintite.
Mesmo que esses casos sejam mais raros, é importante ficar atento a eles para conversar com o seu médico sobre a possibilidade de trocar alguns fármacos de uso contínuo ou empregados no tratamento de outras doenças.
Os medicamentos mais ligados ao surgimento da labirintopatia são os anticonvulsivantes, ansiolíticos, anti hipertensivos, antihistamínicos, vasodilatadores, diuréticos, betabloqueadores, antiarrítmicos, além de certos anti-inflamatórios, antibióticos e narcóticos.
Em casos ainda mais raros, a labirintite pode surgir por conta de doenças neurológicas, alterações genéticas e quadros de HIV ou sífilis.
Sintomas comuns da labirintite
Conforme reforcei logo no início do artigo, o sintoma mais clássico da labirintite é a ocorrência de vertigens.
Trata-se de uma sensação que faz parecer que o paciente está se movendo mesmo quando está parado ou que dá o sentimento que a cabeça está rodando.
Dependendo da região afetada e da causa da labirintopatia, as vertigens e as crises de labirintite podem ser mais ou menos intensas.
- Desequilíbrio;
- Tontura;
- Calafrios;
- Náuseas;
- Palpitações;
- Vômitos;
- Audição com zumbidos;
- Surdez;
- Alterações na coordenação muscular;
- Problemas na marcha;
- Alterações na fala;
- Visão dupla;
- Face assimétrica;
- Alterações neurológicas em geral;
- Movimentos involuntários nos olhos, chamados de nistagmo;
- Suor frio;
- Sensação de cabeça “oca”;
- Dor de cabeça.
Complicações e fatores de risco da labirintite
É importante destacar que a labirintite por si só pode ser considerada como uma complicação de outros problemas de saúde, conforme abordei no item sobre suas causas.
Sendo assim, suas consequências patológicas são oriundas das doenças, infecções, inflamações, entre outras condições que levam ao seu aparecimento.
Assim, consideramos complicações diretas da labirintopatia aquelas ligadas aos riscos de locomoção.
Isso inclui as vertigens, as tonturas, os problemas de visão, a rigidez muscular, as dificuldades na marcha, entre outras situações semelhantes.
Afinal, além de comprometer a qualidade de vida, essas situações podem levar a quedas e outros riscos relacionados à rotina do paciente.
Se levarmos em consideração que a labirintite é bastante comum em idosos, as chances de lesão são preocupantes e podem acarretar outras consequências mais sérias.
Como confirmar o diagnóstico de labirintite?
Sempre que o paciente sentir vertigens constantes ou perceber algum dos demais sintomas de labirintite, um especialista deve ser procurado para investigar sua condição.
Durante a consulta médica, o otorrinolaringologista ou o clínico geral inicialmente irá avaliar as queixas do paciente e então realizar uma análise clínica, em que investiga sinais indicativos da doença e a presença de possíveis inflamações no ouvido.
Através de movimentos específicos na cabeça da pessoa atendida, se determina os sintomas do paciente, a partir das suas sensações como: vertigens, tonturas ou outros incômodos quando altera sua posição.
Em grande parte dos casos, alguns exames também podem ser solicitados, tanto para descartar a ocorrência de outras doenças internas do ouvido (como a Síndrome de Ménière), quanto para confirmar o diagnóstico e determinar suas consequências.
Isso pode incluir audiometrias, que servem para checar se há perda de audição, tomografias e ressonâncias magnéticas, para visualizar a região interna do labirinto, além de análises de sangue, que permitem identificar as possíveis causas da patologia.
A partir do diagnóstico, o médico irá orientar o tratamento mais adequado para a labirintite, que pode variar de acordo com a sua causa e intensidade.
Possíveis tratamentos para labirintite
Não só o método de tratamento para labirintite, mas também o seu objetivo, pode mudar de acordo com o quadro apresentado pelo paciente.
Isso porque, as intervenções podem objetivar tanto a cura, quanto a prevenção de crises, o alívio dos sintomas apresentados e até o controle da patologia associada.
Normalmente, os tratamentos ministrados envolvem:
- Uso de remédios para labirintite em geral, de acordo com o quadro do paciente. Eles podem envolver antieméticos para aliviar náuseas e vômitos, sedativos para diminuir as tonturas, anti-histamínicos para controlar quadros alérgicos, entre muitos outros, que variam conforme as causas da condição;
- Procedimentos específicos, como injeção intratimpânica ou até cirurgia em casos mais complexos, como nas situações em que há falhas ósseas;
- Manobras de posicionamento específicas, como a manobra de Epley ou procedimento de reposição canalicular, que serve para deslocar otólitos do canal semicircular posterior ou anterior para sua localização correta no utrículo;
- Práticas de reabilitação vestibular, por meio da atuação de fisioterapeutas e fonoaudiólogos;
- Recomendações de mudanças de hábitos e no estilo de vida, que podem incluir uma dieta mais regrada, o controle e o alívio do estresse, além da prática de exercícios físicos.
Na maioria dos casos, o prognóstico da labirintite é positivo, com boa melhoria da qualidade de vida e diminuição dos sintomas do paciente.
Vale a pena ressaltar que, jamais devemos nos automedicar, pois isso gera problemas ainda mais graves.
Acima de tudo, é importante alertar de que a segurança do uso de medicamentos para aliviar a vertigem, está diretamente ligado a sua prescrição médica adequada.
É possível prevenir a labirintite?
Algumas medidas preventivas podem evitar a labirintite, já que as doenças do labirinto geralmente são associadas a disfunções metabólicas que afetam todo o corpo.
A melhor recomendação é manter um estilo de vida mais saudável, com uma alimentação equilibrada, prática regular de exercícios, consumo moderado de álcool, entre outros cuidados semelhantes.
Para os pacientes já diagnosticados, também é importante reforçar a prevenção para evitar crises, por meio da eliminação de alimentos que estimulam o labirinto.
Nessas situações, recomenda-se tirar da dieta o café, o chocolate, o chá preto, refrigerantes e as bebidas alcoólicas.
Labirintite tem cura?
A labirintite tem cura em grande parte dos casos. Isso exige seu devido diagnóstico, o seguimento correto do tratamento e o controle dos seus possíveis fatores de risco.
Esclarecida essa questão, também é direito dos pacientes saber que as consequências auditivas muitas vezes não podem ser recuperadas.
Quando a doença diminui a nossa capacidade de ouvir, as células responsáveis pela audição dificilmente são regeneradas, principalmente se o tratamento for tardio. Nessas situações, podemos indicar aparelhos auditivos para o paciente.
Conclusão
Labirintite é o nome que a maioria das pessoas usam para se referir às vertigens, mas elas nem sempre são oriundas dessa condição, que pode ter diferentes sintomas, causas e consequências para os pacientes.
Como destaquei ao longo deste artigo, é fundamental compreender a doença, seus fatores de risco e sintomas mais comuns, que são fatores decisivos para garantir um diagnóstico correto e um tratamento capaz de reduzir suas consequências e recuperar a qualidade de vida.
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Este artigo foi originalmente publicado em https://telemedicinamorsch.com.br/blog/labirintite
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