A prática médica depende de cuidados que vão muito além de habilidades técnicas e conhecimentos científicos.
Assim, por mais que os domínios acadêmicos e laborais dos profissionais de saúde sejam de suma importância, o foco principal de seu trabalho deve estar na empatia, no cuidado e na humanização do atendimento.
Nesse sentido, prezar pelos pilares éticos e evitar as más condutas da profissão é fundamental, e isso exige atenção a alguns conceitos.
Entenda melhor cada um deles ao longo do artigo!
A importância da boa prática médica
Tão importante quanto fazer uma análise clínica, um exame de espirometria na prática médica ou qualquer outro procedimento, é saber como promover mais confiança e acolhimento em saúde.
Por mais que os avanços tecnológicos, novos padrões técnicos e o crescimento no número de especialistas sejam positivos para a medicina, eles trazem riscos no contato entre médicos e pacientes, pois geram a robotização desse processo.
Um exemplo disso é quando alguém manifesta uma queixa simples e logo realiza uma série de exames e diversos serviços de saúde. Sendo que tudo poderia se resolver mais facilmente ouvindo o indivíduo e compreendendo suas necessidades.
Na medida em que incontáveis protocolos, e até a busca por lucros maiores, fazem os médicos trabalharem como em uma “linha de produção”, mais os pacientes se sentem sem amparo e não enxergam boas soluções para seus problemas.
Em contrapartida, quando se valoriza a ética na prática médica, como o contato humano e a empatia, é possível ter uma melhor visão sobre cada caso e resposta ao tratamento.
Isso porque, às vezes, um hábito do paciente, um comportamento ansioso, um medo ou descuido podem ser a resposta para que um quadro não responda bem, por exemplo. E essas particularidades só se percebem quando há proximidade com o profissional.
Lembre-se que, enquanto muitos casos se consideram comuns e fazem parte da rotina de um médico, para os pacientes, isso pode gerar preocupações e angústias.
Dessa forma, se a prática médica for meramente técnica e não levar isso em consideração, é sinal de que o especialista não está contemplando aquilo que é mais importante na sua carreira: as pessoas.
Boa x má prática médica: como identificar?
A má prática médica, às vezes, se confunde com casos de erros médicos, mas as duas situações são diferentes.
O erro representa uma situação não intencional de falha, que pode ocorrer com qualquer pessoa. Já a má prática se relaciona com a omissão ou falta de caráter profissional, que pode gerar consequências junto aos órgãos de classe e mesmo na justiça.
Todas essas questões estão no Código de Ética do CFM. Entre os artigos que melhor elucidam o tema, se destacam o 3º, 4º e 7º. Respectivamente, cada um atrela a má prática médica a situações que ocorrem quando o profissional deixar de:
- Assumir a responsabilidade sobre o procedimento médico que indicou ou do qual participou, mesmo que vários médicos passem pelo paciente;
- Se responsabilizar por qualquer ato profissional que praticou ou indicou, ainda que o paciente ou seu representante legal solicite ou dê seu consentimento;
- Atender em setores de urgência e emergência, quando for de sua obrigação fazê-lo, expondo ao risco a vida de pacientes, mesmo com respaldo por decisão majoritária da categoria.
O papel do CRM na promoção da boa prática médica
Por falar no Conselho Federal de Medicina, o órgão trabalha ativamente para garantir as boas práticas médicas e a ética em saúde, e para respeitar os direitos dos pacientes.
Inclusive, muitos desses esforços são os CRMs de cada Estado que promovem e investem na preparação dos profissionais para que não repitam más condutas.
Assim, em meio às ações próprias, os órgãos também atuam junto à promoção de políticas públicas e em esforços legais. Sendo que um de seus principais marcos foi a aprovação do Código de Ética Médica, que ocorreu em 2009 pelo Congresso Nacional.
Além das orientações aos profissionais de saúde, o CFM e os CRMs também se voltam à população.
Nesse sentido, eles prestam informações, esclarecimentos, jurisprudências, entre outras orientações que ajudam as pessoas a lidar com situações em que se julgam vítimas de más práticas.
Isso ocorre tanto de maneira geral, por meio de consultas públicas, quanto de forma direta, como por e-mails ou até via telefone.
Como complemento para os médicos e o público em geral, é possível encontrar normativas, pareceres e resoluções sobre ética em saúde nos sites das instituições.
Para dar mais transparência aos serviços de medicina, também é possível utilizar um sistema de consulta via internet. Portanto, os pacientes podem encontrar informações como nome, registro e especialidade do profissional de saúde tanto nos portais dos CRMs, quanto no do CFM.
Como funciona a ética na prática médica?
Voltando ao Código de Ética, é ele que estipula todos os parâmetros que os responsáveis devem seguir durante qualquer prática médica.
Assim, com base em conhecimentos científicos e nas condutas que se espera dos profissionais de saúde, o documento promove procedimentos mais seguros, respeito à vida e dignidade dos pacientes, e garante os cuidados essenciais a se prestar.
O código garante que se pratique a medicina de maneira igualitária e justa, sem negligências, más condutas e nem distinções quanto a etnia ou outras características socioeconômicas das pessoas.
Nesse sentido, mais que guiar as rotinas próprias da profissão, que têm impactos diretos na vida dos pacientes, ele também fornece um norte para lidar com situações sensíveis e às vezes polêmicas. Por exemplo, casos de aborto ou eutanásia, pesquisas com manipulação genética, limites das escolhas do paciente e assim por diante.
Além disso, o Código de Ética Médica funciona como uma lei que rege a promoção de saúde no país, e serve para resguardar tanto médicos quanto pacientes.
Os pilares do cuidado na prática médica
Primeiramente, para que a prática médica seja ética e com foco no cuidado humano, é importante que ela se guie por alguns pilares fundamentais, como:
Escuta
Para entender as pessoas, bem como suas necessidades e medos, é fundamental saber escutar. Isso deve ser feito de forma ativa, atenciosa e livre de julgamentos, prezando sempre por um contato “olho no olho”.
Empatia
Mais do que ouvir, é preciso compreender e se colocar no lugar do outro. Assim, ao demonstrar solidariedade, empatia e preocupação, as pessoas se sentem mais confiantes de compartilhar seus problemas e seguir as orientações profissionais.
Vínculo
Por falar em confiança, é importante que o contato entre médicos e pacientes seja próximo. Assim, é possível conhecer melhor o cotidiano da pessoa, suas convicções, angústias e até questões íntimas que podem determinar as melhores intervenções.
Continuidade
Por meio de um relacionamento estreito, deve-se incentivar o paciente a manter a continuidade de seus tratamentos ou prezar pela atenção periódica à sua saúde. Além de evitar agravamentos e prevenir problemas, isso é de suma importância para conhecer melhor as características da pessoa em toda a sua jornada de atendimento.
Responsabilização
Toda informação, recomendação ou encaminhamento para o paciente vem com uma grande responsabilidade, que impacta diretamente a vida e o bem-estar da pessoa. Por isso, os profissionais de saúde jamais devem negligenciá-la.
Coletividade
A cadeia de atenção em saúde pode envolver diversos profissionais, que precisam saber como trabalhar em equipe para contemplar todas as necessidades da gestão do paciente. Isso vai desde médicos até fisioterapeutas, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas e mais.
7 dicas para otimizar a sua prática médica
Alguns cuidados e atitudes são imprescindíveis para aprimorar a prática médica e seguir a qualidade dos atendimentos, a minimização de erros e a satisfação dos pacientes. Confira os principais deles:
1. Preze por sua atualização
Não importa se você está começando a sua carreira ou se é um médico experiente. Se atualize em relação às práticas e conhecimentos necessários para uma atuação de excelência. Por isso, não abra mão de fazer cursos, participar de congressos, assistir a palestras, fazer networking e treinamentos, e assim por diante.
2. Preste um atendimento humanizado
Como mencionei anteriormente, a humanização no atendimento é um requisito para qualquer médico. Isso demanda a visão holística sobre os pacientes, a capacidade de ouvi-los com atenção e a empatia de colocar-se no lugar deles, determinando quais serão as melhores intervenções para cada situação.
3. Crie um relacionamento próximo com os pacientes
Tão importante quanto ter empatia e capacidade de ouvir, a forma com que o médico se relaciona com as pessoas também é fundamental. Ao adaptar sua linguagem, comunicar-se de forma simples, colocar-se à disposição, prestar atenção e oferecer acolhimento, é mais fácil conquistar o engajamento e a confiança dos pacientes.
4. Tenha uma rotina organizada
A experiência do paciente começa antes do atendimento e não termina quando a consulta acaba. Nesse sentido, atrasos ou horários mal organizados podem gerar frustrações que impactam a prática médica. Com isso em mente, procure organizar a sua rotina e ser pontual com as pessoas que contam com você.
5. Equilibre sua vida pessoal
Além dos atrasos que citei acima, fatores como estresse, cansaço e falta de disposição podem fazer com que os atendimentos percam sua qualidade, a empatia se torne um ponto menor de atenção e os erros surjam com facilidade.
Por isso, equilibre as questões da sua vida pessoal, aproveite os horários livres e evite a sobrecarga de trabalho para que nada atrapalhe suas jornadas junto aos pacientes.
6. Mantenha uma boa relação com sua equipe
O relacionamento entre os profissionais de saúde pode trazer novos conhecimentos, pontos de vista e experiências que não se obteria em um curso ou treinamento.
Além disso, como também citei anteriormente, diversas pessoas podem se envolver com um mesmo paciente. Valorizar essa relação profissional e fazer com que ela ocorra da melhor maneira possível tem impactos diretos sobre a prática médica.
7. Não abra mão da tecnologia
Quando falamos de tecnologia, muitas pessoas ainda acreditam que ela contribui para uma menor proximidade com os pacientes e para a robotização dos processos de saúde.
Contudo, é justamente o contrário que acontece, pois ela permite reunir fontes de dados inteligentes, organizar documentos para otimizar rotinas, melhorar a qualidade dos laudos, viabilizar a medicina de precisão, eliminar barreiras geográficas entre especialista e paciente, garantir um monitoramento constante, facilitar contatos e muito mais.
A Telemedicina Morsch impulsiona a boa prática médica
Não é por acaso que eu trouxe os atendimentos viaa tecnologia no item anterior. A Telemedicina Morsch é referência no assunto e oferece as melhores ferramentas para você aprimorar as suas práticas médicas.
Por meio de recursos para teleatendimentos e telemonitoramentos, por exemplo, você pode estar ainda mais presente no cotidiano dos seus pacientes. Mesmo que eles não possam comparecer ao consultório, estejam viajando, se mudem para outro país, entre outras situações.
O sistema ainda oferece registros completos em nuvem, como é o caso do prontuário eletrônico. Com ele, você pode acessar todo o histórico do paciente para prestar uma consulta ainda mais completa e humana.
Já os laudos à distância permitem acelerar os seus diagnósticos, minimizando a angústia ou ansiedade dos pacientes para a espera dos resultados. Estes se apresentam com total excelência, rapidez e viabilidade.
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Conclusão
Ao longo deste artigo, abordei a importância de uma prática médica humana, com base no relacionamento com os pacientes e nos princípios éticos que guiam a Medicina.
As obrigações mais importantes sobre o tema são previstas no Código de Ética Médica. Mas também é importante guiar a sua atuação profissional em pilares como a escuta, a empatia, o vínculo, a continuidade, a responsabilização e a coletividade.
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Este artigo foi originalmente publicado em https://telemedicinamorsch.com.br/blog/pratica-medica
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