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A fibromialgia é uma doença dolorosa e muitas vezes incapacitante, mas seus pacientes ainda sofrem com certo estigma ao diagnosticá-la.
Isso porque, por mais que sua ocorrência seja cada vez mais conhecida e discutida entre a população, ainda há a noção equivocada de que suas dores são meramente psicológicas ou até que a condição é um tipo de “frescura”.
Felizmente, temos nos conscientizado sobre a patologia cresceu nos últimos anos deixando essa visão errônea de lado.
Entretanto, a maioria das pessoas ainda não sabe reconhecê-la ou como agir caso alguém próximo sofra com ela, sendo que o apoio e o acolhimento dos indivíduos acometidos torna-se imprescindível em termos de qualidade de vida.
Diante disso, elaborei este artigo para elucidar quais são os principais pontos de atenção acerca dessa síndrome tão séria.
A seguir, entenda melhor o que é fibromialgia, o que pode estar relacionado à sua ocorrência, sintomas mais significativos, principais pontos de dor, métodos de diagnóstico, tratamentos, possíveis prevenções, possibilidades de cura e outras informações relevantes sobre o tema.
O que é fibromialgia?
A fibromialgia é caracterizada como uma doença reumatológica que atinge a musculatura, provocando dor e outros sintomas.
Tendo como sua manifestação sindrômica, crônica e de etiologia desconhecida, os quadros dolorosos podem afetar diversas áreas musculoesqueléticas do corpo.
De acordo com dados divulgados pela Sociedade Mineira de Reumatologia, 5% da população mundial sofre com a patologia, sendo que 90% dos casos ocorrem entre as mulheres.
No nosso país, estimativas médicas publicadas no portal G1 apontam que 2,5% de todos os brasileiros são acometidos pela fibromialgia.
Por ser uma doença de origem silenciosa e que não apresenta alterações orgânicas, acredita-se que alguns fatores psicológicos estejam associados à sua ocorrência.
Isso significa que a ansiedade, a depressão, o estresse e outras condições semelhantes podem favorecer seu início e manutenção, mas não são necessariamente suas únicas causas.
Contudo, como destaquei na introdução, a fibromialgia não pode ser vista como apenas como um transtorno psicológico.
Segundo informações do Ministério da Saúde, restringir a ocorrência das dores aos fatores da mente pode gerar desconfiança e descrença entre as pessoas ao redor do paciente.
Diante disso, deslegitimar a condição pode piorar ainda mais os quadros, fazendo com que o paciente não tenha acolhimento e nem acesso aos devidos tratamentos.
Mas afinal, quais são as suas causas exatas? Por que elas associamos isso a saúde mental?
Nos próximos itens, entenda o que pode provocar a doença e veja o quão incapacitantes podem ser os seus sintomas físicos.
Causas comuns de fibromialgia
Como grande parte das doenças reumatológicas, os mecanismos que desencadeiam a fibromialgia não são entendidos de forma exata pela comunidade médica e científica.
Atualmente, compreende-se que os pacientes acometidos pela patologia têm maior sensibilidade à dor, e isso está diretamente relacionado ao centro de dor do sistema nervoso.
Ou seja, não se sabe o que causa a fibromialgia exatamente, apenas que o funcionamento do cérebro, dos nervos e da medula fazem com que todo estímulo doloroso ocorra de forma muito mais intensa.
Primordialmente, tratamos todas as possíveis causas da doença como hipóteses, ou seja os fatores desencadeantes específicos ainda não foram detectados e definidos com precisão, Em primeiro lugar, é observado que a fibromialgia é mais comum entre familiares que têm a doença. Isso significa que pode existir certa predisposição genética.
Outro ponto importante é que a síndrome é muito mais recorrente entre as pessoas que passaram por casos graves de traumas físicos e psicológicos. Também é comum que ela ocorra em quem sofre de estresse crônico.
Nesse sentido, especula-se que essas situações traumáticas e estressantes liberem hormônios específicos no organismo, responsáveis por certos desequilíbrios no sistema nervoso que mudam a forma com que ele reage à dor, tornando-se mais sensível aos estímulos.
As únicas certezas que existem sobre a fibromialgia hoje em dia é que sua ocorrência não é inflamatória e nem autoimune, uma vez que os sistemas biológicos que geram esses quadros não ocorrem nos pacientes que sofrem com ela.
Quais são os sintomas de fibromialgia?
Conforme reforcei acima, o sintoma clássico da doença é a dor intensa no corpo. Contudo, por se tratar de uma síndrome, outros sinais também são característicos.
- Cansaço excessivo e frequente;
- Enrijecimento dos músculos, que é mais intenso ao acordar;
- Problemas para dormir;
- Sensação de formigamento, principalmente nos pés e nas mãos;
- Dor de cabeça;
- Capacidade de concentração e de memorização prejudicadas;
- Sensação de inquietude nas pernas, especialmente antes de dormir.
Normalmente, esses sintomas pioram após situações específicas, como a exposição ao frio intenso, realização de esforços físicos ou estresse emocional.
Em alguns pacientes, a fibromialgia também pode gerar a síndrome do cólon irritável, que consiste em um problema gastrointestinal que gera dor abdominal, diarreia ou prisão de ventre.
Na maioria dos casos, é comum que as pessoas desenvolvam depressão ou ansiedade, já que as dores recorrentes e os demais sintomas provocam sensação de desespero, tristeza e impotência.
Possíveis complicações
De maneira geral, a doença pode gerar dificuldades mais significativas de raciocínio e de memória quando não a tratamos de maneira adequada.
Fora essa possibilidade, as complicações da fibromialgia estão mais relacionadas à qualidade de vida, uma vez que as dores somadas aos demais sintomas podem ser incapacitantes.
Não por acaso, como mencionei acima, grande parte dos pacientes acabam sofrendo de depressão e ansiedade, o que só piora quando não há reconhecimento, acolhimento e apoio das pessoas próximas.
Vale destacar também que a fibromialgia não é fatal. Contudo, mesmo que não leve à morte diretamente, seus quadros depressivos podem ser severos, e isso só reforça a importância de estar próximo de acometidos, contribuindo assim para a manutenção do seu bem-estar.
Principais pontos de dor da fibromialgia
- Tórax;
- Cervical;
- Dorso;
- Abdome;
- Lombar;
- Ombro D;
- Ombro E;
- Mandíbula D;
- Mandíbula E;
- Antebraço D;
- Antebraço E;
- Quadril D;
- Quadril E;
- Perna D;
- Perna E;
- Coxa D;
- Coxa E;
- Braço D;
- Braço E.
É fundamental ater-se ao fato de que as dores da fibromialgia podem variar de maneira significativa.
Elas podem apresentar-se de maneira localizada nos pontos listados, mas também serem difusas em todo o corpo.
Além disso, elas podem começar de maneira leve e ter sua intensidade gradativamente aumentada com o passar do tempo.
Inclusive, isso faz com que muitos pacientes tenham dificuldade para definir e informar quando exatamente as dores começaram a aparecer.
Além disso, a dor ocorre mais intensamente no fim do dia e durante a noite. Às vezes, isso também ocorre no início da manhã.
Nessas situações, a dor tende a ser mais profunda, sendo que os pacientes se referem a ela como uma espécie de “dor nos ossos”.
Como diagnosticar fibromialgia?
As causas inexatas e os mecanismos desconhecidos da fibromialgia fazem com que ela não possa ser detectada por nenhum tipo de exame específico.
Diante disso, seu diagnóstico é feito de maneira clínica e eliminatória durante a consulta médica.
Inicialmente, procura-se descartar outras doenças por meio de exames de rotina, até que a hipótese da síndrome seja confirmada ou descartada.
Afinal, é preciso certificar-se que as causas das dores não sejam ligadas a outras patologias, como o hipotireoidismo, a anemia, condições autoimunes em geral, quadros inflamatórios, leucemia, entre inúmeras outras com sintomas específicos passíveis de confusão.
Quando não há mais a suspeita, o médico deve constatar a presença de dor nos quatro quadrantes do corpo, que incluem as regiões inferiores, superiores, lado esquerdo e direito.
Se as dores persistirem no paciente durante três meses, podemos categorizá-la como doença crônica. A partir delas, associam-se outros sintomas como: fadiga, ansiedade, problemas de sono, dentre outros.
Como a investigação precisa ser aprofundada, nem sempre as clínicas e médicos realizam o diagnóstico rapidamente. Além disso, antes de considerar a fibromialgia, muitas pessoas recorrem à automedicação, o que só mascara a evolução dos sintomas e atrasa o início do tratamento.
Tratando a fibromialgia no dia a dia
Todos os tratamentos para fibromialgia têm como objetivo aliviar os sintomas e dar mais qualidade de vida às pessoas acometidas.
Para aliviar a dor, o reumatologista muitas vezes prescreve relaxantes musculares e analgésicos.
Além desses remédios para fibromialgia, é direito do paciente que o especialista mantenha um acompanhamento constante e oriente outras técnicas para o seu bem-estar.
Isso pode incluir práticas de relaxamento, sessões de massagem, alguns exercícios físicos específicos, entre outras.
Além disso, indica-se que um psiquiatra ou neurologista participe do processo de tratamento, já que normalmente sintomas psicológicos e neurológicos acompanham a patologia.
Nesse sentido, são esses profissionais que receitam medicamentos para a ansiedade, para ajudar a dormir, antidepressivos e outros semelhantes, de acordo com as necessidades do paciente.
Por fim, é fundamental realizar sessões contínuas de fisioterapia, que têm papel decisivo para aliviar os sintomas, conferindo mais flexibilidade às articulações, relaxamento muscular e consequente redução das dores.
A prevenção de fibromialgia existe?
Não existem métodos capazes de prevenir a fibromialgia em si. Contudo, a medicina preventiva prevê que a manutenção de uma vida saudável é imprescindível para diminuir as chances de ocorrência de qualquer doença, o que também pode incluir a síndrome.
Dito isso, os pacientes já diagnosticados podem atuar para garantir a prevenção das crises de dor e do agravamento dos demais sintomas.
Além de praticar os exercícios físicos e demais práticas recomendadas pelo médico, é importante evitar atividades extenuantes e que exijam muitos esforços.
Também é importante reduzir o estresse, ter boas rotinas de sono, conhecer as posições mais confortáveis para sentar e deitar, além de conversar com amigos e familiares para construir uma rede de suporte como forma de apoio às intervenções psicológicas.
Fibromialgia tem cura?
Muitos se perguntam se a fibromialgia tem cura, mas infelizmente a resposta é negativa. O importante é que isso não seja motivo de desespero ou desânimo para os pacientes.
Afinal, como reforcei ao longo do artigo, os métodos de tratamento para a doença são capazes de aumentar a qualidade de vida dos pacientes e devolver seu bem-estar cotidiano.
Somado a isso, está o fato de que o estresse, a ansiedade e outros fatores psicológicos relacionados agravam bastante os sintomas e as dores.
Por isso, devemos encarar a patologia como algo que pode ser minimizado, pois só assim suas consequências podem ser as menores possíveis.
Portanto, se você ou alguém próximo sofre de fibromialgia, não abra mão de um tratamento especializado e multidisciplinar.
Com a orientação correta dos medicamentos, devidas intervenções psicológicas, fisioterapia contínua e mudanças no estilo de vida (de acordo com as recomendações médicas), é possível ter uma vida mais plena e relativamente normal, mesmo com a presença da doença.
Conclusão
Ao longo deste artigo, expliquei quais são os principais sintomas da fibromialgia e como a noção de que eles são estritamente psicológicos está equivocada.
Afinal, mesmo diante de dores severas e incapacitantes, se intervirmos de maneira correta podemos reduzir os sintomas desses pacientes. Em contrapartida, sem apoio especializado e acolhimento das pessoas próximas, o paciente pode ter grande piora emocional e física, o que só prejudica sua busca por qualidade de vida.
Agora que você já sabe o que é fibromialgia, suas possíveis causas, intervenções e possibilidades de minimização, não deixe de informar-se sobre outros temas de saúde tão relevantes quanto esse. Clique aqui para assinar nossa newsletter e compartilhe este artigo com os seus amigos.
Este artigo foi originalmente publicado em https://telemedicinamorsch.com.br/blog/fibromialgia
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