domingo, 15 de agosto de 2021

CONHEÇA OS PRINCIPAIS SINTOMAS, TRATAMENTO E PREVENÇÃO DO SARAMPO

Sinais do sarampo


sarampo é uma doença infecciosa grave, altamente contagiosa e que pode levar à morte caso não seja combatida da maneira correta.

No ano de 2016, a Organização Pan-Americana de Saúde concedeu ao Brasil o certificado de erradicação da patologia, graças ao alcance da taxa de vacinação recomendada pela OMS, que é de mais de 95% da população.

Contudo, o crescente compartilhamento de notícias falsas e o movimento de negação das vacinas fez o país perder este importante marco

Nesse sentido, a primeira reincidência ocorreu em 2018 nos estados de Roraima e Amazonas. O problema evoluiu e, em 2020, o sistema de saúde brasileiro também teve que lidar com um novo surto de sarampo

Somente em 2020, foram 8.419 casos confirmados em 21 estados, sendo o epicentro no Pará, que apresentou o índice de apenas 27,7% da sua meta de vacinação cumprida, resultando em cinco óbitos no estado. 

Mas, como a campanha de vacinação contra o sarampo é realizada e qual deve ser a postura da população diante dela?

Para esclarecer melhor o assunto, elaborei este artigo com as características mais importantes da doença, os meios de identificá-la, preveni-la e de manter sua correta imunização. 

O que é sarampo? 

sarampo consiste em uma doença viral com alto potencial contagioso, que tem uma evolução extremamente rápida e com complicações graves.

A dificuldade de seu controle está justamente na facilidade de sua transmissão, que ocorre por contato direto ou por tosses, espirros e até mesmo pela respiração. 

Ela afeta principalmente as crianças no primeiro ano de vida, sendo que as complicações são mais comuns nos menores de 5 anos, mas também podem ocorrer em maiores de 20 anos. 

Os seus agravamentos variam de acordo com a fase da vida em que se encontra o paciente. Nos adultos, o mais comum é a pneumonia.

Já nas crianças, os riscos são mais alarmantes. De acordo com dados divulgados no portal da Secretaria da Saúde do Paraná, 3 a cada 1.000 podem morrer por conta da patologia.

A causa mais comum das fatalidades é a pneumonia, que acomete 1 a cada 20 crianças. Há também a encefalite aguda, que atinge 1 a cada 1.000 indivíduos e é fatal para 10% deles. 

Outro risco para os menores são as infecções do ouvido, que ocorrem em cerca de 1 a 10 crianças e podem gerar perdas auditivas permanentes. 

No caso das gestantes, é importante vacinar-se contra o vírus do sarampo antes da gravidez, já que o imunizante é contraindicado durante a gestação. Caso isso não seja feito, uma possível ocorrência da doença pode gerar parto prematuro. 

Ao longo dos próximos itens, explico melhor quais são os sintomas, meios de transmissão e outros pontos de atenção de suma relevância sobre a patologia. 

Quais são as causas do sarampo?

O nome científico do agente causador da doença é Measles morbillivirus, que é popularmente chamado de vírus do sarampo. O contágio da patologia ocorre por vias áreas,  durante a respiração, fala, ao espirrar ou ao tossir. 

Estima-se que uma pessoa infectada com sarampo gere transmissão para cerca de 90% dos indivíduos não imunizados ao seu redor.

Dessa forma, o período mais intenso de contágio ocorre 4 dias antes e 4 dias depois do aparecimento das manchas vermelhas pelo corpo. 

Inclusive, as manchas de sarampo representam o sintoma clássico da patologia, mas outros sinais severos devem ser observados. Conheça-os no item seguinte. 

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Principais sintomas do sarampo 

sarampo tem sintomas inicialmente análogos a outras doenças virais, como febre, tosse, corrimento e entupimento nasal, irritação nos olhos e mal-estar generalizado, que pode incluir dor de cabeça, cansaço excessivo e dores pelo corpo.

A evolução da doença é veloz. Em síntese, após  três ou cinco dias do aparecimento dos primeiros sintomas, o paciente passa a observar manchas avermelhadas, atrás das orelhas e no rosto, que logo se espalham para todo o corpo. 

Principais sintomas do sarampo

Quando as manchas aparecem, o paciente deve ficar extremamente alerta e buscar tratamento, principalmente se a febre persistir. Veja abaixo como o diagnóstico é determinado.

Como é feito o diagnóstico de sarampo?

Todas as pessoas com sarampo devem buscar por uma consulta médica assim que observarem seus sintomas.

As crianças, jovens adultos e os pacientes imunodeprimidos são aqueles com maiores riscos de complicações, e devem ter atenção reforçada sobre a patologia.

Durante o atendimento, o médico primeiro irá avaliar o histórico do indivíduo e seu relato sobre os sintomas.

Então, realiza-se um exame físico, que determina o diagnóstico no paciente.

Como o sarampo tem sintomas parecidos com os da catapora, rubéola e roséola, o especialista deve confirmar o diagnóstico com alguns exames específicos.

Os procedimentos mais comuns são os sorológicos, como os de sangue, cultura da urina e cultura da garganta.

O paciente com suspeita da doença deve se manter isolado, utilizando máscara e tomando cuidados para evitar a transmissão do vírus na sua região.

Além disso, cabe ao médico comunicar o caso às autoridades sanitárias para que mantenham-se alertas a um possível surto.

Essa comunicação é chamada de notificação compulsória e inclui todas as suspeitas, independentemente de sua confirmação.

Como ocorre a transmissão do sarampo? 

Conforme reforcei ao longo deste artigo, o sarampo tem transmissão elevada de pessoa para pessoa, que ocorre normalmente pela respiração, tosse, fala e espirros.

Soma-se a isso o fato de que as gotículas com partículas virais podem permanecer por um período relativamente longo nos ambientes.

O contágio também ocorre dentro de locais fechados ou no contato com objetos que tenham secreções respiratórias de alguém infectado. 

Como ocorre a transmissão do sarampo?

A fase de maior transmissão ocorre quatro dias após o surgimento das manchas vermelhas, do paciente infectado.

Sarampo tem tratamento? 

sarampo possui tratamento voltado aos seus sintomas e complicações. Não há intervenção específica para a patologia em si. 

Apesar de não existirem medicamentos próprios para a doença, a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda o uso da vitamina A. Em síntese, a orientação desse uso ocorre, pois a vitamina A, minimiza os efeitos e chances de mortalidade do sarampo, quando consumida imediatamente após o diagnóstico. 

É direito dos pacientes que o médico determine os melhores meios de aliviar os sintomas e de prevenir as complicações do sarampo, minimizando agravamentos mais severos e até fatais.

Antitérmicos e analgésicos, como o Paracetamol são os medicamento mais comuns ministrados nos pacientes infectados.

Além de intervenções específicas para complicações como a pneumonia, é fundamental o repouso, a hidratação e uma dieta especial. 

Toda intervenção deve ser orientada por um médico, e a automedicação jamais deve ser considerada, uma vez que gera tratamentos ineficientes ou problemas ainda piores de saúde.

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Prevenindo a ocorrência de sarampo 

vacina do sarampo e a eliminação do contato com pacientes infectados são as únicas formas preventivas contra a doença. 

O Ministério da Saúde, define e revisa constantemente os critérios de imunização, variando de acordo com as características de cada pessoa.

O direcionamento ocorre das vacinas ocorre da seguinte forma:

  • Primeira dose: crianças com 12 meses completos;
  • Segunda dose: crianças com 15 meses completos; 

Nos estados que recentemente tiveram aumento nos índices de sarampo, as autoridades podem recomendar uma dose extra entre os 6 meses e 1 ano de idade. 

Já no caso dos adultos de até 29 anos que tomaram apenas uma dose da vacina, é fundamental tomar a segunda.

Com as duas doses comprovadas, não é necessário vacinar-se novamente. Entretanto é também recomendada a vacina, para quem não tem certeza da sua imunização. 

Nessas situações, adultos de 30 a 59 anos devem tomar apenas uma dose. Até os 29 anos de idade, duas doses são necessárias. 

Vale ressaltar que nunca se deve aplicar a vacinação em gestantes. Como ela é produzida com o vírus do sarampo atenuado, a baixa imunidade gerada pela gravidez pode causar complicações ou mesmo desenvolver a doença.

Por isso, o Ministério da Saúde recomenda que as mulheres com planos de engravidar chequem suas doses e, se necessário, tomem a vacina antes, observando o Calendário Nacional de Vacinação. 

Sobre a campanha de vacinação contra sarampo

Sobre a campanha de vacinação contra sarampo

A campanha de vacinação contra o sarampo desenvolvida no Brasil é diretamente responsável pelo aumento na expectativa de vida dos brasileiros.

Como citei na introdução, o território brasileiro foi certificado em 2016 com a erradicação da doença pela Organização Pan-Americana de Saúde.

Contudo, a adesão às campanhas de vacinação contra o sarampo e outras doenças teve uma diminuição severa a partir de 2017. 

O ideal, de acordo com a OMS, é que 95% de toda a população nacional seja vacinada. Ou seja, para alcançar anualmente o índice autoridades sanitárias seguem trabalhando, por meio de campanhas e ações do SUS, por exemplo. 

Para quem quiser se vacinar, basta procurar a unidade de saúde mais próxima da sua residência. Além disso, instituições privadas também oferecem o imunizante. 

Mesmo com os entraves gerados pelas notícias falsas contra as vacinas, o país é referência mundial em vacinação e já conquistou excelentes resultados em suas ações reparativas.

No ano de 2019, por exemplo, as campanhas nacionais foram intensificadas após a baixa adesão, e conquistaram os melhores índices em relação aos 5 anos anteriores, com 99,4% das crianças de até um ano de idade vacinadas, de acordo com dados do Governo Federal. 

Apesar do novo surto em 2020, esse é um indicativo de que o trabalho do SUS é eficaz e que cabe principalmente aos estados em que o sarampo ainda circula reforçar suas ações de vacinação. 

Sobre as vacinas

Atualmente, existem 3 tipos de vacinas para sarampo. A aplicação de cada uma depende das diretrizes do Plano Nacional de Imunização e da situação epidemiológica de cada região.

Em primeiro lugar, está a vacina Dupla Viral, que imuniza contra o sarampo e contra a rubéola. utilizada apenas em situações de bloqueio vacinal durante ocorrências de surtos.

Já as mais eficazes e amplamente utilizadas junto à população são a Tríplice Viral e a Tetra Viral. A primeira garante proteção contra os vírus do sarampo, caxumba e rubéola. Por sua vez, a segunda confere imunização contra essas doenças e também para a varicela. 

Todas elas são eficazes, seguras e indispensáveis para o sistema de saúde brasileiro, sendo que seu método de funcionamento é por meio da presença de agentes virais atenuados.

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Isso significa que as vacinas têm vírus vivos em sua composição, mas que perderam a capacidade de adoecer as pessoas. Quando entram em contato com o organismo, eles ativam o sistema imunológico sem comprometer a saúde do paciente, que passa a produzir anticorpos para que fique fortalecido contra possíveis infecções. 

Conclusão

Ao longo deste artigo, esclareci em detalhes o que é sarampo, porque ele é tão perigoso, como identificá-lo e quais são as condutas de saúde empregadas para o seu combate.

Nesse sentido, é imprescindível para toda a população aderir ao Plano Nacional de Vacinação e prezar pelas doses corretas da vacina.

Somente assim podemos manter a doença erradicada e minimizar seus riscos entre os grupos com maiores chances de agravamentos.

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Este artigo foi originalmente publicado em https://telemedicinamorsch.com.br/blog/sarampo-principais-sintomas-tratamento-e-prevencao

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin

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