Princípios como a equidade no tratamento e a não maleficência fazem parte do compromisso de toda a classe com o bem-estar do paciente.
Esses preceitos estão descritos no Código de Ética Médica, que orienta sobre as ações corretas na interação com colegas, público e paciente.
Adotando uma postura ética, fica mais simples construir e manter uma boa relação médico-paciente.
Além, é claro, de preservar a reputação e se proteger de denúncias, processos e outros problemas na Justiça.
Neste artigo, comento as principais diretrizes para a conduta médica e mostro soluções para ajudar você a superar os desafios no trato com o paciente.
Você vai perceber que, com o auxílio da tecnologia, é possível investir em humanização e eficiência, sem deixar a ética de lado.
Vamos lá?
Conduta médica: o que isso significa?
Uma definição resumida para conduta médica é: a forma como o médico se porta no contexto do trabalho.
Isso porque a conduta nada mais é do que a maneira de agir, o comportamento de um indivíduo.
Porém, o termo conduta médica ganhou um sentido bem mais amplo desde que passou a se relacionar com a ética na profissão.
A ética atende a padrões morais aprendidos no convívio de um grupo ou sociedade, ditando a postura esperada em determinadas condições.
Como profissional que promove a saúde e trabalha pelo bem-estar do paciente, o médico deve atender a uma série de preceitos éticos para exercer sua ocupação com assertividade.
Nas palavras do Código de Ética Médica:
“A medicina é uma profissão a serviço da saúde do ser humano e da coletividade e será exercida sem discriminação de nenhuma natureza.
“O alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional.”
Entre as ações relacionadas à conduta médica, vale citar:
- A prestação de informações verdadeiras e realistas ao paciente, de forma clara
- O não compartilhamento dessas informações com outras pessoas
- O tratamento do doente com dignidade e presteza
- O uso das ferramentas mais modernas e eficientes disponíveis para o diagnóstico e terapias
- O esclarecimento de paciente e acompanhantes sobre as limitações do médico, por exemplo, quando um sintoma ou doença extrapolar os saberes da sua especialidade
- O respeito à opinião do paciente, inclusive caso ele não aceite o tratamento proposto ou peça uma segunda opinião médica.
Importância da conduta profissional na medicina
O profissionalismo é relevante para qualquer ocupação, pois confere clareza, objetividade e confiança às relações.
Mas a conduta profissional ganha ainda mais importância entre os médicos, que são responsáveis por cuidados com pacientes nas mais variadas situações.
Ela garante que todos recebam atendimento sem distinção, impedindo que sejam tratados segundo suas origens, classe social, religião, recursos econômicos etc.
Também qualifica a assistência ao fornecer serviços padronizados e que priorizam o restabelecimento da saúde.
As interações objetivas permitem, ainda, a construção de relacionamentos honestos entre médico e paciente, fortalecendo uma comunicação confiável.
Por um lado, o médico tem segurança por saber o que é esperado de sua posição, adotando boas práticas de acordo com sua experiência.
E o paciente, por sua vez, se sente seguro por observar que existe uma conduta profissional norteando as decisões de seu médico.
Essa dinâmica evita conflitos e favorece a colaboração na busca pelo bem-estar do doente.
Código de conduta e ética médica
Mencionei, acima, o Código de Ética Médica, documento que disciplina a conduta médica no país.
A primeira versão do texto foi aprovada em 1988, na esteira da redemocratização do Brasil, e vem sendo revisada periodicamente.
Isso porque a conduta e a ética precisam acompanhar o progresso social, acolhendo mudanças na percepção sobre os temas abordados, inovações científicas e tecnológicas.
O conteúdo em vigor atualmente é fruto de revisão oficializada em 1º de novembro de 2018, através da publicação da Resolução CFM nº 2.217/18.
O arquivo é formado por 14 capítulos, 25 princípios fundamentais, 10 normas diceológicas, 118 normas deontológicas e 4 disposições gerais.
Seu objetivo é orientar o comportamento profissional em 3 esferas:
- Relação médico-paciente
- Relação entre médicos
- Relação médico-sociedade
Logo no início, o texto deixa claro que a medicina deve ser exercida com integridade, tendo como objetivo o cuidado com o paciente.
Motivações puramente comerciais e lucrativas não se encaixam nessa premissa, pois tendem a desprezar a real necessidade do doente para obter vantagem.
A fim de atender às mudanças constantes como a transformação digital na saúde, o documento prevê que o médico aprimore seus conhecimentos de modo contínuo.
Essa é uma maneira de cumprir com suas atividades ocupacionais com zelo e reconhecer as terapias mais apropriadas para cada caso clínico.
7 princípios e diretrizes de conduta médica
Trago, a seguir, preceitos e boas práticas na conduta médica.
Acompanhe.
1. Respeito à vida
A valorização da vida implica no acesso a serviços e profissionais de saúde, incluindo médicos capacitados à avaliação e tratamento de doenças em geral.
Nesse cenário, todo médico deve respeitar a vida, priorizando sua manutenção e não incentivando eventos como a eutanásia e o suicídio.
Sua conduta profissional precisa ter como foco a promoção de uma vida saudável para qualquer pessoa.
2. Honra e dignidade
O respeito pressupõe o exercício da profissão de forma honrada e digna, sem provocar constrangimento ao paciente, acompanhantes e responsáveis.
Para tanto, o médico deve respeitar opiniões divergentes e colaborar para que o paciente se sinta à vontade no consultório, clínica ou hospital.
Seu comportamento precisa focar no profissionalismo, evitando conflitos de interesses, linguagem inadequada e formação de laços pessoais durante as atividades de trabalho.
3. Atenção às necessidades do paciente
Esse preceito se inspira na humanização e acolhimento, que empregam ferramentas de escuta ativa para compreender as necessidades do paciente.
Não significa atender a qualquer pedido do doente e, sim, identificar fatores que melhoram o atendimento e investir neles.
Por exemplo, transferir um paciente internado para um leito em que fique mais confortável ou indicar uma terapia menos agressiva.
4. Equidade
Esse princípio determina que a assistência deve ocorrer nas mesmas condições para todo paciente.
Claro que o médico é responsável apenas por uma parte disso, porque existem desigualdades que se abatem sobre o doente muito antes de ele chegar a uma unidade de saúde.
Começando pelo acesso a esses estabelecimentos, espera em filas imensas e falta de recursos para chegar até o hospital.
No entanto, o médico pode se esforçar para tratar a todos de modo semelhante.
5. Não maleficência
A conduta médica preconiza que todas as ações devem ser feitas sem a intenção de causar dano.
Mesmo terapias invasivas, como as cirurgias, precisam ser conduzidas com cuidado para minimizar efeitos adversos.
6. Sigilo profissional
Informações compartilhadas pelo paciente e referentes à sua saúde estão protegidas legalmente.
Elas não podem ser reveladas pelo médico nem vistas por pessoas não autorizadas.
7. Autonomia do paciente
O paciente é livre para tomar as próprias decisões, mesmo que contrariem a recomendação médica.
Cabe ao profissional esclarecer dúvidas e apresentar argumentos quando for necessário, sem, contudo, ferir a autonomia do doente e de sua família.
Erros e desafios na conduta do médico
Por mais zeloso que seja durante o exercício da profissão, nenhum médico está livre de falhas.
Mas é possível se preparar para errar menos e em menor proporção, prevenindo consequências graves ao longo da carreira.
Pensando nisso, reuni 5 pontos que merecem atenção para evitar problemas na relação com o paciente.
Confira.
Posicionamento diante de questões polêmicas
O ato médico precisa ser embasado por evidências científicas e protocolos assertivos.
Porém, há questões que superam o campo biológico, físico e químico, sofrendo alta influência social.
Elas costumam gerar polêmica, pois evocam crenças e princípios particulares.
É o caso do aborto ou da eutanásia.
Debater sobre sua aplicação não é papel do médico, entretanto, é provável que o profissional lide com essas questões em algum momento.
Nessas horas, vale deixar os valores pessoais de lado e atender ao que diz a legislação e o Código de Ética, que proíbem essas práticas.
Autopromoção
Se você está à frente da própria clínica ou consultório, entende a importância de ter sua presença digital.
Muitos pacientes buscam por informações na internet, incluindo profissionais de saúde, o que faz da rede um canal indispensável para atrair mais clientes.
Mas é preciso ter cuidado para não fazer propaganda de seus serviços, mantendo um tom informativo nos conteúdos divulgados no seu site, blog e redes sociais.
Confidencialidade dos documentos médicos
Armazenar o prontuário médico com segurança é essencial para manter a confidencialidade, obedecendo ao sigilo profissional.
Porém, essa tarefa não é tão simples, principalmente quando a unidade de saúde ainda usa documentos em papel.
Eles podem ser vistos por qualquer pessoa com acesso à sala de arquivos.
Uma solução inteligente está no uso de plataformas com armazenamento em nuvem, ofertadas por empresas de telemedicina.
Nesses ambientes, os arquivos ficam protegidos por senhas e criptografia, guardados do desgaste pelo tempo e manuseio.
Sobrecarga de trabalho
O acúmulo de tarefas administrativas e técnicas aumenta o risco de cometer falhas, em especial para quem está começando a empreender na área da saúde.
A dica, aqui, é diminuir a carga de trabalho, dispensando as atividades operacionais a uma secretária ou atendente.
Você também pode deixar as tarefas repetitivas para softwares de gestão para clínicas, que fazem marcação de consultas, organização de estoque e documentos de modo automático.
Falta de clareza na orientação ao paciente
Intervenções médicas costumam envolver riscos, e isso precisa ser informado ao paciente de maneira clara.
Ruídos na comunicação e dados incompletos podem custar caro mais tarde, caso ocorra alguma complicação decorrente de cirurgia, por exemplo.
Para evitar esses problemas, mantenha registros e autorizações atualizados no prontuário do paciente, a fim de que possam ser consultados no futuro.
Considere, ainda, informações do histórico para adaptar procedimentos e terapias.
Como a tecnologia dá suporte às condutas médicas
A tecnologia tem sido uma grande aliada no apoio às melhores condutas médicas.
Diferentes inovações oferecem suporte para qualificar o atendimento, a comunicação e o diagnóstico nas unidades de saúde.
Logo acima, citei as plataformas de gestão, que realizam rotinas administrativas e melhoram a comunicação médico-paciente através de dados coletados.
Assim, é possível confirmar uma consulta por meio de um SMS, fazer pesquisas para avaliar a satisfação do cliente, avisar sobre promoções e até mandar mensagens de aniversário.
A internet ainda proporciona facilidade para a educação continuada, permitindo a capacitação de médicos online, a qualquer hora do dia ou da noite.
Mas os softwares de telemedicina vão além, fornecendo auxílio na interpretação de exames, laudo médico e teleconsultoria para uma segunda opinião qualificada.
Com o sistema de telemedicina Morsch, você conta com um time de especialistas disponíveis para interpretar exames de diagnóstico, emitir o laudo digital e enviar o arquivo em minutos.
Dessa forma, sua equipe ganha mais tempo para se dedicar à conduta adequada e fidelizar pacientes.
Se estiver precisando adquirir novos equipamentos médicos, saiba que pode economizar optando pelo aluguel em comodato.
Pagando uma mensalidade única, você contrata um pacote com laudos e ganha o direito de utilizar aparelhos modernos para testes como ECG, espirometria e eletroencefalograma, sem nenhum custo adicional.
Caso tenha dúvidas, nosso time de plantão estará pronto para ajudar a confirmar ou descartar a hipótese diagnóstica.
Você ainda terá acesso a treinamentos exclusivos, tudo no mesmo sistema prático e intuitivo.
Conclusão
Pautada por ações éticas, a conduta médica agrega segurança nas interações profissionais.
Obedecendo a preceitos como respeito à vida e autonomia do paciente, o médico imprime confiabilidade em suas ações, qualificando a assistência.
Softwares de telemedicina e outras tecnologias auxiliam nessa missão, conferindo agilidade e praticidade ao atendimento.
Por isso, faz sentido investir em um serviço de laudos online, liberando tempo para adotar boas práticas como a educação continuada.
A Morsch oferece um time de especialistas, espaço para treinamento a distância e segunda opinião para impulsionar o seu negócio.
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Este artigo foi originalmente publicado em https://telemedicinamorsch.com.br/blog/conduta-medica
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