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A conscientização sobre o reumatismo é de suma importância para a população, uma vez que as doenças relacionadas ao quadro afetam significativamente a qualidade de vida das pessoas.
Mais que provocar dores intensas e problemas no sistema locomotor, ainda podem ocorrer manifestações mais severas, que acometem os órgãos, os ossos e até o sangue.
Segundo dados publicados pela Sociedade Mineira de Reumatologia, 5% da população brasileira sofre com algum tipo de doença reumática.
Para você ter ideia de como essas enfermidades são limitantes, elas representam a segunda maior causa de auxílio-doença e a quarta maior justificativa de aposentadoria por invalidez.
Outro ponto importante trata-se do seu diagnóstico que pode ser desafiador, sendo que muitas vezes confunde-se o reumatismo com outras condições dolorosas, como a artrite comum.
Por conta disso, acredita-se que há uma subnotificação de casos, sendo que muitas pessoas ainda estão em busca de um diagnóstico assertivo para garantir o tratamento adequado.
Não por acaso, o mês de outubro é marcado pelo Dia Mundial de Conscientização Sobre as Doenças Reumáticas, com amplos esforços de conscientização que ocorrem no dia 12.
Mas afinal, o que é reumatismo exatamente? Como diferenciá-lo de condições como a artrite? Quais suas causas, sintomas e possíveis tratamentos?
Para que você entenda melhor a doença e saiba como preveni-la ou até combatê-la, preparei este artigo com as respostas dessas e outras perguntas relevantes sobre o tema. Acompanhe.
O que é reumatismo?
Reumatismo é o termo utilizado para designar as doenças reumáticas. Elas englobam mais de 200 enfermidades, dentre as quais se destacam a artrite, a fibromialgia e a artrose.
Em suma, as patologias afetam as articulações, os tendões, ligamentos e músculos, gerando sintomas como dores, inflamações, entre outros diversos.
Inclusive, os quadros dolorosos nem sempre têm ocorrência por quadros inflamatórios, sendo que as manifestações variam de acordo com os tipos de reumatismo.
Na artrose, por exemplo, a dor ocorre por conta do desgaste da cartilagem. Já na fibromialgia, afeta-se a musculatura. Ainda podemos citar casos como o lúpus, que é autoimune.
A doença pode afetar diferentes regiões do corpo. Isso inclui o reumatismo nas mãos, lombar, joelhos, tornozelos e quadris.
Sobretudo, em casos mais severos, ainda há a possibilidade de ocorrência de reumatismo nos ossos, reumatismo no sangue e em alguns órgãos, como coração, cérebro e rins.
Apesar de as doenças reumáticas serem mais comuns nos idosos, elas também podem atingir pacientes de todas as idades (de acordo com as causas que explico adiante neste artigo).
Entre as doenças englobadas pela área médica da reumatologia, os principais exemplos incluem, por exemplo:
- Gota;
- Artrite reumatoide;
- Artrose;
- Lúpus;
- Espondilite anquilosante;
- Fibromialgia;
- Doença de Behçet;
- Síndrome de Sjögren;
- Sarcoidose;
- Granulomatose de Wegener;
- Polimialgia reumática;
- Esclerodermia;
- Púrpura de Henoch-Schönlein;
- Polimiosite e dermatomiosite.
Apesar de a artrite estar citada entre as doenças reumáticas, às vezes ela não caracteriza um reumatismo em si, mas apenas um sintoma do mesmo. Entenda melhor no próximo item.
Qual é a diferença entre reumatismo e artrite?
Como citei logo acima, grande parte das patologias que listei podem apresentar quadros de artrite entre seus sintomas.
Nesse sentido, podemos citar como as doenças reumáticas mais associadas a esse tipo de condição a gota, osteoartrite, além da própria artrite reumatoide.
Trata-se de uma condição que caracteriza-se sempre que o paciente tem dores articulares acompanhadas de inchaço e de sintomas como calor local e vermelhidão.
Já quando há somente a dor articular, mas sem sinais de inflamações na articulação afetada, considera-se o quadro como uma artralgia.
Quais são as causas do reumatismo?
As principais causas do reumatismo associam-se ao desgaste natural dos tecidos ou dos órgãos.
Nessas situações, o reumatismo muscular, nas articulações, tendões, ossos ou em qualquer sistema do organismo são quadros ligados ao avanço natural da idade.
Contudo, dependendo da doença reumática, outros fatores podem ser listados. É o caso da hereditariedade, quando há casos da patologia na família, ou até de falhas no sistema imunológico, que ocorrem nas enfermidades autoimunes.
Em todas as situações, trata-se de um quadro que não está relacionado a acidentes ou traumas físicos.
Principais sintomas de reumatismo
Como você pôde ver acima, o reumatismo tem sintomas que podem mudar de acordo com cada doença reumática.
Apesar da abrangência, alguns sinais são bastante comuns entre os pacientes e ajudam a definir o diagnóstico dos tipos de reumatismo, como:
Dor intensa
Considerada um “sintoma clássico” do reumatismo, normalmente, provocada pela inflamação na região afetada.
Para determinar um quadro reumático, a sensação dolorida deve durar por mais de seis semanas na área acometida.
Normalmente, a dor ocorre mesmo quando o indivíduo não se movimenta. Somado a isso, ela atrapalha muito as atividades da rotina.
As principais manifestações incluem dores ao movimentar os ombros, os braços ou qualquer outra parte do corpo acometida.
Nos quadros de fibromialgia, as dores apresentam como causas problemas musculares e acompanham sintomas como cansaço excessivo, dificuldade no sono, alterações intestinais, ansiedade e depressão.
Problemas de locomoção ao despertar
Além das limitações geradas pelas dores em si, a capacidade de movimentação também agrava-seagravada quando o paciente fica longos momentos sem se exercitar.
Em síntese, isso é comum nos horários de descanso ou depois das noites de sono, em que o líquido inflamatório se acumula mais nas articulações.
Como consequência, a sensação dolorosa é intensificada. Junto dela, a região afetada fica mais rígida e o ato de mover-se fica mais difícil ao acordar.
Inchaço, calor e vermelhidão
Outra consequência do processo inflamatório do reumatismo é a presença de inchaço na região do corpo comprometida pela doença.
Além disso, a sensação de calor e o surgimento da vermelhidão também são comuns, e indicam a necessidade de buscar um médico.
Comprometimento de órgãos
Conforme mencionei no item sobre o que é reumatismo, a condição também pode comprometer os órgãos internos do paciente, como os rins e o coração.
Além disso, podem surgir sinais característicos, como lesões na pele. Dependendo do sistema do organismo afetado, sintomas secundários são possíveis, como a anemia.
Vale mencionar que, no caso das doenças reumáticas autoimunes (como o lúpus), as dores nas articulações são acompanhadas de febre, cansaço e fotossensibilidade.
Cansaço, febre e emagrecimento
Tanto nas falhas imunológicas, quanto nas próprias inflamações articulares, o organismo pode manifestar uma série de sintomas adicionais.
Nesse sentido, os principais sinais são a febre, a fadiga excessiva, as dores de cabeça e a própria perda de peso.
Inclusive, como esses sintomas também são característicos de outras doenças, o diagnóstico do reumatismo pode ser dificultado.
Logo, isso reforça a importância de procurar um médico sempre que houver uma suspeita. Além disso, é preciso associar os sinais para descartar a hipótese de outra patologia.
Fatores de risco do reumatismo
Além das causas que expliquei anteriormente neste artigo, o reumatismo também pode ser favorecido por alguns fatores de risco. Os principais são:
- Obesidade, em que o excesso de peso nas articulações acelera seu desgaste e o surgimento das dores;
- Sedentarismo, que provoca enfraquecimento muscular e favorece as condições para o desenvolvimento de certas doenças reumáticas;
- Má alimentação, rica em gorduras e substâncias inflamatórias, que não só contribuem para o surgimento do reumatismo, como também para a piora dos sintomas;
- Tabagismo, que é considerado um fator inflamatório. Ele funciona como um “gatilho” para a doença e atua no agravamento dos sintomas;
- Álcool em excesso, que aumenta o ácido úrico no sangue. A substância concentra-se e se transforma em cristais. Por sua vez, eles depositam-se nas articulações e geram inflamação;
- Fatores genéticos, que causam predisposição no paciente e facilitam o surgimento da doença a partir de suas principais causas e demais fatores de risco;
- Condições ambientais, como alterações bruscas no clima, que aceleram o desgaste das articulações e agravam sintomas como a rigidez e as próprias dores;
- Fatores psicológicos, como depressão, estresse e ansiedade. Eles são responsáveis por consequências diretas e indiretas nos demais sistemas do organismo.
Conhecer os fatores de risco evitáveis é indispensável para adotar práticas preventivas contra o reumatismo.
Quem sofre com reumatismo?
De acordo com informações publicadas pelo Ministério da Saúde, as doenças reumáticas afetam aproximadamente 15 milhões de brasileiros.
Mesmo que o reumatismo seja mais associado aos desgastes gerados pela idade avançada, indivíduos jovens também têm riscos significativos.
Inclusive, é comum que a doença surja entre 35 e 40 anos de idade. Com a dificuldade de diagnóstico, o problema progride até que a incapacidade física seja mais severa na velhice.
A atenção é necessária até mesmo com as crianças. Segundo uma publicação da Sociedade Brasileira de Reumatologia, de 0,1 a 1 em cada 1.000 crianças têm artrite reumatoide juvenil.
Em relação ao gênero, homens e mulheres têm riscos semelhantes. Nesse contexto, o que muda é o tipo de reumatismo mais associado a cada grupo.
Enquanto pacientes do sexo masculino são mais propensos a ter gota, por exemplo, as mulheres são sujeitas às patologias autoimunes, especialmente dos 25 aos 50 anos de idade.
Em todas as situações, é imprescindível saber o momento certo de procurar por uma consulta médica. Entenda melhor a questão no item seguinte.
Reumatismo: quando procurar um médico?
Acima de tudo, sempre que os sintomas característicos de reumatismo persistirem por mais de 6 meses, a suspeita precisa ser considerada e um médico deve ser procurado.
Apesar da grande variedade de doenças reumáticas, o início quase sempre é semelhante. Ou seja, ocorrem dores, rigidez e inchaço nas articulações.
De acordo com a supracitada referência do Ministério da Saúde, a ideia de que o reumatismo tem cura definitiva é equivocada.
Contudo, isso só reforça a necessidade do diagnóstico precoce. Afinal, com o tratamento adequado, pode-se convivver com a doença sem que a qualidade de vida seja comprometida.
A partir da suspeita, alguns exames de rotina para a condição são necessários. Eles podem incluir análises de sangue, ressonância magnética e raio-X.
Em seguida, depois da confirmação, o reumatismo exige alguns tratamentos específicos, que variam de acordo com a enfermidade e as características do paciente. Conheça as possibilidades abaixo.
Como tratar o reumatismo?
A partir do diagnóstico, é direito do paciente que o médico ofereça os recursos necessários para atenuar o reumatismo.
Igualmente, como mencionei anteriormente, as intervenções podem variar de acordo com cada doença reumática. As principais delas incluem:
Medicamento anti-inflamatórios
A molécula que favorece o desenvolvimento de líquido inflamatório nas articulações é a prostaglandina. Por sua vez, o uso de anti-inflamatórios inibe sua produção.
Nesse sentido, o remédio para reumatismo mais eficiente é a cortisona, que proporciona resultados mais céleres no organismo do paciente.
Entretanto, essa opção medicamentosa pode ter efeitos adversos. Por isso, indica-se somente para estágios mais avançados da patologia e seu uso precisa ser encerrado o quanto antes.
Substâncias imunossupressoras
Nas doenças reumáticas autoimunes, o uso de imunossupressores é fundamental para atenuar os processos inflamatórios oriundos dos “ataques” do próprio sistema imunológico.
Como no caso anterior, podem ocorrer efeitos colaterais indesejados. Sendo assim, recomenda-se o uso de doses baixas, de acordo com o quadro apresentado.
Além disso, em ambas as situações, a automedicação jamais deve ser considerada. Isso porque, só a indicação médica garante um uso seguro e realmente eficiente das substâncias.
Fisioterapia contínua
Sendo assim, é indispensável realizar sessões contínuas de fisioterapia, que ajudam a recuperar a mobilidade e a atenuar as dores.
Além disso, as intervenções fisioterápicas contribuem para a redução dos processos inflamatórios. Portanto, trata-se de um cuidado fundamental em termos de qualidade de vida.
Conclusão
Ao longo deste artigo, você pôde entender melhor o que é reumatismo, porque ele ocorre e quais são os seus sintomas clássicos, que incluem dores, inflamações, rigidez e limitação na movimentação da área afetada.
Apesar de não ter cura, a doença pode ser muito atenuada com o diagnóstico precoce. Por isso, é fundamental conscientizar-se sobre ela e manter-se atento aos seus sinais, buscando por ajuda médica sempre que necessário para preservar sua qualidade de vida.
Portanto, se você gostou de saber mais sobre o reumatismo, não deixe de manter-se informado sobre outras condições igualmente relevantes para a sua saúde. Clique aqui para assinar a newsletter e receba nossos próximos artigos em primeira mão. Aproveite também e compartilhe este conteúdo com os seus amigos.
Este artigo foi originalmente publicado em https://telemedicinamorsch.com.br/blog/reumatismo
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