sábado, 31 de julho de 2021

MONITOR EM UTI: TECNOLOGIA NO ACOMPANHAMENTO DO PACIENTE

Monitorização em uti
Paciente monitorado em UTI

O uso de monitor em UTI é essencial para apoiar os cuidados prestados pela equipe da Unidade de Terapia Intensiva.

Completo, o monitor multiparamétrico – equipamento presente nesses locais – oferece uma combinação de dados sobre os sinais vitais do paciente.

Dessa forma, médicos e profissionais de enfermagem conseguem acompanhar os doentes com maior segurança, revertendo rapidamente qualquer complicação.

Um exemplo são os alarmes disparados quando os valores de pressão, frequência cardíaca ou temperatura ficam fora do padrão.

Eles permitem agilidade no socorro e indicam que o tratamento precisa ser adaptado para melhorar os resultados.

Quer aprofundar os conhecimentos sobre como funciona o monitor de UTI, sinais vitais medidos e outros avanços em monitorização?

Então, este conteúdo é para você. Não perca uma só linha!

O que é monitor de UTI? 

Monitor de UTI é um equipamento utilizado para captar sinais vitais em tempo real, exibindo esses valores de forma organizada para orientar as ações da equipe médica.

O dispositivo presente nas Unidades de Terapia Intensiva também é chamado de monitor multiparamétrico, pois faz a leitura de múltiplos dados simultaneamente.

A partir de uma programação de fábrica ou realizada pelos profissionais da unidade de saúde, o aparelho emite sinais sonoros e visuais caso verifique dados fora do padrão.

Além da UTI, CTI e centro cirúrgico, o monitor multiparamétrico qualifica o socorro em ambulâncias, helicópteros ou até no ambulatório.

Para que serve um monitor em UTI

O monitor em UTI serve para fornecer a leitura dos sinais vitais automaticamente, viabilizando a assistência simultânea a todos os pacientes e mostrando sua condição clínica.

Esse equipamento possibilita um acompanhamento qualificado, sinalizando o sucesso ou a necessidade de adaptação de um tratamento, medicação ou rotina.

Daí a importância do monitor multiparamétrico.

Claro que a medição de sinais vitais costuma ser uma tarefa simples, desde que haja tempo para usar cada dispositivo sem prejudicar a saúde do paciente.

Pense, por exemplo, num termômetro, que serve para medir a temperatura corporal. 

É um aparelho bastante simples e de fácil manuseio, sendo usado, inclusive, por leigos para identificar se estão com febre.

Obviamente, a equipe médica e de enfermagem é mais do que capaz de usar esse dispositivo.

Mas essa lógica se aplica mesmo aos sinais vitais que pedem um monitoramento mais complexo – a exemplo do eletrocardiograma, que avalia o ritmo do coração.

Conduzir um ECG requer treinamento básico, porém, também não está fora da capacidade dos técnicos de enfermagem.

Analise-e-Interpretacao-de-ECG

O problema é que, numa UTI, não existe apenas um doente internado, que pode receber toda a atenção dos profissionais de saúde.

São diversos pacientes que foram internados por condições distintas e necessitam de terapias diferentes.

Portanto, contar com um equipamento que faça as medições de forma automática e que ainda por cima avisa sobre anormalidades faz toda a diferença.

Não fosse por esse avanço tecnológico, muitos doentes ficariam sem o acompanhamento adequado, ou teriam de pagar caro para ter um profissional à disposição 24 horas por dia.

Sem falar na sobrecarga que as equipes de UTI enfrentariam para evitar eventos graves e mortes dos pacientes.

Como funciona o monitor de UTI

Basicamente, o monitor de UTI possui diversos conectores que são ligados a cabos para coletar e exibir dados na tela em tempo real.

Cada informação aparece em um determinado lugar da tela, sendo identificada por cores e marcações.

traçado do eletrocardiograma aparece em verde, na parte superior da tela, ao lado da quantidade de batimentos por minuto (bpm).

Já a temperatura costuma ser exibida num dos cantos inferiores, em graus Celsius e na cor amarela.

Monitoramento de pacientes

Cores e marcações identificam cada informação do paciente em um local da tela

Como mencionei acima, o monitor pode ser utilizado com as configurações vindas de fábrica ou ser configurado segundo as particularidades do atendimento ao paciente.

Essa configuração é relevante, porque o aparelho vai emitir sinais de alerta quando os valores estiverem fora do padrão estabelecido.

Dependendo da situação, os bipes podem atrapalhar o atendimento na UTI, alertando a equipe sem necessidade.

É o caso de um monitor configurado para a frequência cardíaca normal para um adulto, mas utilizado por uma criança.

Enquanto a quantidade normal de batidas por minuto para adultos é de 50 a 100 bpm, crianças registram mais batimentos, o que faria o aparelho disparar sinais sonoros e visuais.

No entanto, o ritmo do coração do paciente estaria normal.

Monitor multiparamétrico e sinais vitais

De acordo com a marca e o modelo, o monitor pode conter mais ou menos medições.

Contudo, quando usado em UTI e CTI, costuma reunir vários tipos de medidores, monitorando pelo menos os sinais vitais mais importantes:

  • Batimentos cardíacos
  • Pressão sanguínea
  • Temperatura
  • Frequência respiratória
  • Saturação de oxigênio
  • Nível de gás carbônico.

Veja detalhes sobre eles a seguir.

Batimentos cardíacos

Esse sinal é coletado com o suporte do ECG contínuo, cujo traçado é exibido no monitor multiparamétrico.

O cálculo da quantidade de batidas por minuto é feito de modo automático e atualizado a cada releitura enviada pelo eletrocardiógrafo.

Esse dispositivo fica conectado, de um lado, ao monitor e, de outro, aos eletrodos fixados em pontos específicos do corpo do paciente: no tórax, punhos e canelas.

A avaliação dos batimentos cardíacos auxilia na detecção de arritmias e distúrbios na condução, possibilitando correções e evitando problemas cardiovasculares.

Pressão sanguínea

Manter a pressão em níveis aceitáveis evita a sobrecarga do sistema circulatório, assim como a falta de oxigenação das células – o que prejudicaria o funcionamento de órgãos e tecidos.

Por isso, o monitor de UTI acompanha as variações da pressão arterial, exibindo valores para pressão invasiva ou não invasiva.

Em ambos os tipos, o valor de referência é 12 por 8 mmHg.

Em geral, é usado o mecanismo para leitura de pressão de forma não invasiva, mas alguns casos se beneficiam do monitoramento invasivo.

Por exemplo, se for preciso verificar a pressão intracraniana ou a pressão da artéria pulmonar.

Temperatura

Alterações na temperatura também indicam que algo não está bem, sinalizando infecções, inflamações e outras patologias.

Daí a necessidade de verificar a temperatura de maneira contínua, exibindo os graus na tela do monitor de UTI.

O ideal é que os valores fiquem entre 36,1ºC e 37,2ºC.

Frequência respiratória

Os valores que controlam a frequência respiratória costumam aparecer na parte inferior da tela, ao lado do traçado correspondente.

Eles revelam se há anormalidades no número de inspirações, o que pode mostrar hiperventilação e dificuldades para respirar.

Os valores normais dependem da idade do paciente, seguindo o padrão:

  • Bebês até 11 meses: 30 a 40 FR/minuto
  • Bebês entre 1 e 2 anos: 25 a 30 FR/minuto
  • Crianças de 2 a 8 anos: 20 a 25 FR/minuto
  • Crianças de 8 a 12 anos: 18 a 20 FR/minuto
  • Adultos: 14 a 18 FR/minuto.

 

Monitoramento de sinais vitais

O monitor multiparamétrico é geralmente usado em UTIs, CTIs e centros cirúrgicos

Saturação de oxigênio

Essa porcentagem mostra a quantidade de oxigênio que está sendo transportada pelo sangue para chegar a todos os tecidos e órgãos do organismo.

Por isso, é essencial medir a saturação de oxigênio na presença de doenças respiratórias ou que possam afetar o funcionamento dos pulmões – órgãos responsáveis por realizar as trocas gasosas necessárias para a manutenção do corpo.

percentual deve estar entre 95% e 99% para uma pessoa saudável.

Valores de saturação mais baixos pedem terapias com administração artificial de oxigênio.

Nível de gás carbônico

Doentes internados na UTI frequentemente se beneficiam da capnografia para verificar o nível de dióxido de carbono eliminado pelo organismo.

Esse procedimento ajuda, por exemplo, na avaliação da retirada de respirador artificial e na sinalização de eventos graves como o choque hipovolêmico.

Lembrando que o choque hipovolêmico decorre da perda maciça de líquidos do sangue, dificultando seu bombeamento pelo coração e a nutrição das células.

Como usar um monitor de UTI no dia a dia

Na hora de utilizar o monitor multiparamétrico, vale ter atenção a aspectos técnicos e de gestão da equipe da Unidade de Terapia Intensiva.

É importante que todos saibam como funciona o equipamento e sua função na UTI, a fim de tornar a rotina mais simples.

Nesse contexto, a comunicação é essencial para uma coleta e análise de dados efetiva, que permita verificar o estado de saúde do paciente.

Acompanhe, abaixo, boas práticas que vão auxiliar no dia a dia com o monitor de UTI.

1. Conheça o tipo de monitor de UTI

Esse é o primeiro passo para um bom monitoramento dos doentes internados na UTI.

Embora sigam certos padrões, os monitores podem coletar mais ou menos dados para apresentá-los de formas diferentes na tela.

Portanto, é útil ler o manual, conversar com a equipe de manutenção e até pedir mais orientações ao fabricante, se for preciso.

Procure, ainda, adquirir aparelhos semelhantes para toda a UTI, evitando equívocos na hora de prestar assistência.

Isso também vai facilitar a manutenção dos equipamentos.

2. Priorize a qualidade

Como médico, você nem sempre terá voto na hora de adquirir novos monitores de UTI, porém, pode dar dicas ao gestor e aos colegas responsáveis pela compra.

Fale sobre a importância de equipamentos de qualidade, com medições simplificadas e modernas.

Mesmo que não seja possível comprar dispositivos de última geração, sugira marcas que você conhece e que tenham boa reputação no mercado.

3. Defina o papel de cada membro da equipe médica

equipe médica que presta cuidados em UTI pode ser bastante variada, pois os pacientes têm necessidades diversas por higiene, alimentação e medicamentos, por exemplo.

Além de médicos e profissionais de enfermagem, nutricionistas, fisioterapeutas e outros colegas costumam dar suporte no atendimento.

Todos devem ter suas funções bem delineadas, evitando a sobreposição de trabalho, o retrabalho, a sobrecarga e até a falta de cuidados necessários.

Quanto ao monitoramento, é fundamental que o time saiba seu papel, as leituras que lhe interessam, a quem informar e a quem pedir ajuda em caso de dúvidas.

4. Invista em treinamento

Em um primeiro momento, pode parecer exagero capacitar toda a equipe para o manuseio do monitor multiparamétrico.

Mas, acredite, não é.

Oferecer treinamento para todos qualifica o atendimento, evita distorções e permite a identificação de problemas com o aparelho.

Por isso, faz sentido reunir os profissionais que circulam com frequência pela UTI para que recebam capacitação sobre o monitor e os demais dispositivos presentes nesse ambiente.

Analise-e-Interpretacao-de-ECG

5. Estabeleça prazos para manutenção preventiva

Ainda que os profissionais de saúde possam ser responsáveis por configurar o monitor de UTI, um ou mais colegas da área técnica precisam ficar de olho no aparelho.

Afinal, avaliações periódicas são indispensáveis para manter os dispositivos operando de maneira satisfatória, incluindo o monitor multiparamétrico.

Mesmo que tudo pareça funcionar bem, realize paradas estratégicas para a manutenção dos equipamentos, o que previne seu desgaste precoce.

Assim, não será preciso consertar nem trocar os monitores constantemente, poupando gastos desnecessários.

Telemedicina e a monitorização de pacientes

Não há dúvidas de que a monitorização em UTI é um fator crucial para preservar a vida e a saúde de pacientes em estado crítico.

No entanto, nem todos os doentes necessitam permanecer no hospital para receber a assistência de que precisam.

Indivíduos com doenças crônicas ou restrições à mobilidade, por exemplo, podem ser monitorados a distância, permanecendo no conforto de suas casas.

Acompanhamento em UTIs

Pacientes com doenças crônicas ou restrições à mobilidade podem ser monitorados a distância

Graças ao avanço dos monitores, de outros equipamentos e de disciplinas como a telemedicina, eles não precisam ficar internados por muito tempo.

Assim que alcançam uma condição estável, podem ser acompanhados por meio do telemonitoramento, que usa uma plataforma específica para coletar e transmitir dados em tempo real à equipe médica.

Essa tecnologia permite que exames contínuos sejam laudados rapidamente para evitar eventos graves como o infarto.

Também possibilita o esclarecimento de dúvidas em home care com uma segunda opinião médica, que pode ser solicitada a qualquer momento via software de telemedicina.

Aparelhos como o eletrocardiógrafo, indispensáveis nos cuidados em domicílio, estão disponíveis para aluguel em comodato, barateando os custos para o atendimento a distância.

Essa estratégia ajuda a diminuir os custos com internações, sem deixar de lado o suporte ao paciente e familiares.

Conclusão

Ao longo deste texto, falei sobre como funciona, para que serve e dicas de uso do monitor de UTI.

Ligado a cabos, esse aparelho coleta dados para informar a condição clínica dos doentes, auxiliando na definição e ajuste de terapias.

Pacientes crônicos também podem se beneficiar da monitorização via telemedicina, garantindo cuidados de qualidade sem precisar sair de casa.

Acesse esta página e confira todas as vantagens de contar com a plataforma de telemonitoramento e telemedicina Morsch.

Gostou deste artigo? Então, compartilhe com sua rede de contatos.

Aproveite para se inscrever na newsletter e receber os próximos conteúdos em primeira mão.

Este artigo foi originalmente publicado em https://telemedicinamorsch.com.br/blog/monitor-uti

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin

quinta-feira, 29 de julho de 2021

7 BOAS PRÁTICAS NA GESTÃO DE OPME PARA VOCÊ IMPLEMENTAR

Gestão de OPME

gestão de OPME é um tema de suma importância para as unidades de saúde, especialmente aquelas de grande porte como os hospitais.

Isso porque a sigla se refere às Órteses, Próteses e Materiais Especiais. Estas são fundamentais para diferentes tipos de procedimentos, mas tendem a apresentar custos bastante altos.

Além do preço relativamente caro, os valores também variam bastante, assim como seus materiais e processos de compra – o que gera dificuldades gerenciais. 

Frente a isso, as boas práticas na gestão de OPME tornam as aquisições alinhadas às necessidades financeiras da organização e às principais demandas dos pacientes.

A ideia é que os profissionais de saúde e os times administrativos atuem com integração para que as compras sejam sustentáveis, tenham melhores padrões de atendimentos e livres de problemas, como falta de controle monetário e até ações judiciais.

Mas o que o conceito significa exatamente, por que ele é tão importante e quais atividades engloba? Descubra as respostas para essas e outras perguntas, a seguir.

O que é a gestão de OPME? 

Em primeiro lugar, a gestão de OPME se direciona a toda cadeia que envolve Órteses, Próteses e Materiais Especiais.

Isso significa que seu gerenciamento vai desde a busca pelos melhores fornecedores até o uso dos insumos nos procedimentos hospitalares. 

Logo, suas atividades incluem pesquisas de valores, negociações, compras, logística de transporte, gerenciamento de estoque e armazenamento, além de boas práticas de uso.

Para evitar desperdícios, ter um bom custo-benefício e segurança nas OPMES, diversos agentes precisam se envolver. Por exemplo, os próprios profissionais de saúde, de gestão hospitalar, operadoras de planos, órgãos reguladores, distribuidores, fornecedores e os próprios pacientes.

Caso-de-sucesso-Hospital-Sao-Camilo

Qual é o papel da auditoria da gestão de OPME?

A cadeia de gestão em OPME também exige processos de auditoria, que são de suma importância para garantir toda a conformidade necessária às Órteses, Próteses e Materiais Especiais.

Atualmente, alguns órgãos específicos são responsáveis pelas ações regulatórias e fiscalizatórias desses insumos nas unidades de saúde. Confira quais são eles:

  • Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS);
  • Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa);
  • Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec). 

Os auditores que atuam para essas entidades devem ter diferentes conhecimentos técnicos e científicos para que possam fazer as verificações, estabelecer protocolos, prestar indicações, monitorar resultados de gestão da qualidade, entre outras ações.

Assim, por mais que as auditorias atualmente ocorram de forma manual, a tendência é que a área se utilize cada vez mais de inteligência artificial para otimizar a gestão de OPME.

Qual é o papel da auditoria da gestão de OPME?

Essa tecnologia é uma das evoluções mais significativas para aprimorar os métodos de controle, mas os avanços do segmento vão além. Entenda melhor no item seguinte

A evolução da gestão de OPME nos últimos anos

Segundo especialistas para o portal da Faculdade Unimed, a gestão de OPME é um tema com muito valor e que evoluiu significativamente no mercado, especialmente nos últimos 5 anos.

O principal motivo é que os profissionais responsáveis pelo planejamento estratégico hospitalar reconhecem cada vez mais como esse tipo de gerenciamento é fundamental para a viabilidade e segurança dos serviços prestados pelas unidades.

Isso faz com que um número crescente de organizações amplie seus investimentos no processo, qualificando suas equipes para planejá-lo, estruturá-lo e operacionalizá-lo com a maior qualidade possível e o alinhamento às recomendações dos órgãos de auditoria.

Outro ponto que leva os gestores hospitalares a reforçarem sua atenção às OPMEs é o aumento da judicialização na Saúde. Afinal, um maior número de pacientes insatisfeitos ou que sentem prejuízos levam os hospitais à justiça.

Às vezes, isso se relaciona à má qualidade ou ao mau gerenciamento de insumos e previne condições adversas. Assim, é imprescindível que o desempenho operacional não se comprometa, evitando possíveis disputas ou cenários de grandes perdas e descontroles financeiros. 

Principais objetivos para uma boa gestão de OPME 

Além de todos os pontos que citei até aqui, é fundamental ficar atento aos objetivos do Manual de Boas Práticas em Gestão das Órteses, Próteses e Materiais Especiais, feito pelo Ministério da Saúde.

Portanto, no documento, se ressalta que o gerenciamento de clínicas, hospitais e de outras unidades de saúde deve ter uma visão sobre as OPMEs para a valorização dos seguintes pontos:

  • Eficiência operacional;
  • Segurança dos pacientes;
  • Redução de desperdícios;
  • Minimização de variabilidades;
  • Garantia de um bom custo-benefício para produtos e insumos;
  • Relações técnicas e comerciais harmoniosas na área da Saúde;
  • Confiança e resolubilidade na gestão em OPME;
  • Eliminação de riscos de atrasos ou glosas no faturamento. 

Para alcançar todos esses objetivos, o manual prevê boas práticas a serem priorizadas pelas organizações. Então, confira um breve resumo sobre elas e os melhores meios de aplicá-las, logo abaixo:

7 boas práticas na gestão de OPME 

As boas práticas na gestão de OPME se dividem no manual do Ministério da Saúde de acordo com as principais etapas gerenciais que as unidades devem cumprir.

Veja quais são as particularidades de cada fase e as ações que as empresas devem adotar em cada uma delas:

1. Fique atento aos requisitos

As exigências previstas pelos órgãos reguladores determinam que as OPMEs devem ter seu registro de acordo com suas demandas de regularização.

Para se ater a essa legalização, é fundamental que a negociação aconteça com profissionais específicos, devidamente qualificados na área.

Com isso, também é possível atingir os objetivos do item anterior, principalmente em relação à eficiência, harmonia, confiança, bom custo-benefício e segurança das relações comerciais e técnicas. 

2. Elabore um bom planejamento

Também com atenção ao manual da gestão em OPME, sua unidade deve padronizar os processos de aquisição, com atenção às exigências de qualidade e desempenho dos insumos.

Tendo isso em mente, garanta que toda solicitação acompanhe uma análise prévia e siga requisitos de padronização, descrevendo todos os pormenores técnicos da oferta.

Antes da compra, preze pela apresentação do Termo de Referência e da qualificação do produto, a fim de atestar o atendimento aos requisitos necessários. 

3. Domine os detalhes das licitações

7 boas práticas na gestão de OPME

Toda compra de OPME deve ser feita por meio de licitações, que por sua vez ocorrem na modalidade de Pregão.

É importante ter atenção a essa exigência para que os processos de aquisição sigam dentro da legalidade. Respeitando também as exigências que a lei prevê para cada contratação, bem como os requisitos de autorização e empenho no fornecimento. 

4. Respeite as exigências logísticas

Os processos de recebimento, armazenagem e distribuição das OPME também devem se alinhar ao que prevê o manual de boas práticas e os órgãos de fiscalização.

Para a entrada dos produtos, é fundamental que haja a conferência e documentação de tudo, dando preferência a sistemas eletrônicos para essa finalidade.

Já na armazenagem, o local deve ser específico e exclusivo para as OPMEs, com acesso restrito e ambientação de acordo com as determinações das leis e particularidades dos materiais.

Por sua vez, a distribuição e o uso dos insumos também possuem regras próprias. Assim, é importante que seu direcionamento ocorra via solicitação por formulário, com antecedência mínima de 48 horas. 

5. Elabore registros de comprovação técnica

Para que o uso das OPMEs seja sempre transparente, rastreável e tenha um melhor padrão de controle, é fundamental documentá-lo.

Isso ocorre por meio do registro com comprovação técnica, que traz a descrição e as especificações cirúrgicas do profissional de saúde. 

6. Implemente sistemas de rastreabilidade

Deve-se garantir a segurança e o controle de qualidade inerente às OPMEs por meio de sistemas de tecnovigilância.

Estes conferem a rastreabilidade dos produtos e também agregam um melhor padrão para a sua gestão, permitindo identificar aqueles de maior eficiência para priorizar em aquisições futuras, por exemplo. 

7. Adote padrões de auditorias e prevenções

O controle da gestão em OPME ocorre por meio de ferramentas como relatórios de uso e inventários dos produtos, que também contam com sistemas hospitalares digitais.

É preciso monitorar todo o gerenciamento por meio de auditorias periódicas, feitas pelos próprios órgãos fiscalizadores e que podem receber complementações de equipes internas ou terceirizadas. 

Quais são as vantagens de uma boa gestão de OPME?

Se gerir o estoque está entre os cuidados mais importantes para o sucesso das empresas, na Saúde ele é vital. Pois diz respeito à qualidade, segurança e eficiência com que os procedimentos são feitos junto aos pacientes. 

Mais que ter precisão na entrada e saída de insumos, a gestão de OPME garante que toda a cadeia de atenção à saúde funcione em conformidade, com controle e excelência, gerando benefícios como:

Diminuição de gastos

Um bom gerenciamento tem como finalidade otimizar o uso dos recursos disponíveis. Garantindo assim a compra de produtos em sua melhor qualidade, na quantidade ideal e no tempo certo para sua reposição.

Dessa maneira, evita-se gastos desnecessários, se reduz o período dedicado a questões de logística e inventário, garante-se disponibilidade dos itens, melhor custo-benefício de aquisição e elimina-se desperdícios por perda de validade, por exemplo.

Aumento da qualidade

Quando as compras se voltam à relação de custo-benefício dos materiais, e toda a cadeia de suprimentos ocorre de maneira eficiente, temos um serviço que prioriza a qualidade das compras, obtendo um melhor nível de excelência e viabilidade.

Não só a eficiência da gestão favorece melhores aquisições. Mas também seus padrões regulatórios, já que priorizam apenas os itens alinhados às normas de órgãos como o Ministério da Saúde e a ANVISA. 

Melhor gerenciamento

Todo o processo de gestão de OPMEs pode envolver diversos fornecedores, tipos de materiais e insumos, times de profissionais, armazenagem e uso dos produtos. 

Isso demanda uma comunicação eficaz, boa qualificação entre os envolvidos e clareza quanto às demandas e exigências.

Por meio de um bom gerenciamento, é possível ter mais qualidade para contemplar essas necessidades, com eficiência conjunta entre setores.

A Telemedicina Morsch como sua parceira na gestão de OPME

gestão de OPME pode envolver demandas, profissionais e desafios próprios das regulações da área.

Assim como a tecnologia é benéfica para os médicos em suas rotinas de atendimento, ela também pode trazer uma série de vantagens ao otimizar o gerenciamento em saúde e seus respectivos insumos.

A Telemedicina Morsch como sua parceira na gestão de OPME

Com o apoio de bons sistemas, você pode acelerar os processos de autorização junto às operadoras, centralizar suas aquisições, integrar todos os envolvidos nas negociações e ainda ter mais controle sobre questões financeiras.

A partir desses diferenciais, você reduz seus desperdícios, agrega mais segurança para a instituição, garante o melhor custo-benefício na compra de produtos, elimina riscos de atrasos e glosas nos faturamentos e amplia a credibilidade do seu negócio.

A Telemedicina Morsch oferece o sistema definitivo para profissionais de saúde, que reúne funcionalidades e serviços para modernizar seus procedimentos enquanto aprimora a gestão em OPME.

Clique aqui e saiba mais sobre nossos diferenciais, no site.

Conclusão

gestão de OPME se volta à cadeia de Órteses, Próteses e Materiais Especiais, contemplando os cuidados desde sua aquisição junto aos fornecedores, até seu gerenciamento logístico e o próprio uso nos procedimentos clínicos ou hospitalares.

Assim, ao adotar as melhores práticas, você não só cumpre as exigências dos principais órgãos reguladores. Mas também ganha eficiência operacional, reduz desperdícios, minimiza variabilidades, dá segurança aos pacientes, tem um melhor custo-benefício, se previne contra atrasos, gera confiança para a equipe etc.

Então, se você gostou de saber mais sobre gestão em OPME e quer ficar por dentro de outros temas tão importantes quanto esse, não deixe de acompanhar nossos próximos artigos. 

Clique aqui para assinar a newsletter da Telemedicina Morsch e compartilhe este conteúdo com os seus colegas.

Este artigo foi originalmente publicado em https://telemedicinamorsch.com.br/blog/gestao-opme

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin