sexta-feira, 15 de outubro de 2021

O QUE É CERTIFICAÇÃO HIMSS E COMO SE RELACIONA COM O PRONTUÁRIO ELETRÔNICO?

 Pacientes - Marcar Teleconsulta

O que é certificação HIMSS e como se relaciona com o prontuário eletrônico

certificação HIMSS é um dos reconhecimentos mais cobiçados pelas unidades de saúde atualmente. 

Afinal, ela atesta a excelência dos serviços médicos em relação aos principais avanços tecnológicos do segmento.

Você provavelmente concorda que as inovações digitais se tornaram indispensáveis para garantir um padrão de assistência mais elevado.

Portanto, obter a certificação HIMSS é alinhar-se aos novos paradigmas da área e adequar-se às crescentes exigências dos pacientes e dos próprios especialistas. 

Mas, o que isso significa? Qual a importância, os níveis, requisitos e as vantagens do certificado? Por que o prontuário eletrônico é decisivo para conquistá-lo?

Acompanhe este artigo e confira os detalhes mais importantes que selecionei para lhe atualizar sobre o assunto. 

O que é certificação HIMSS?

Em síntese, a certificação HIMSS é emitida pela Health Information and Management Systems Society, que pode ser traduzida como Sociedade de Sistemas de Informação e Gerenciamento em Saúde.

Trata-se de uma entidade sem fins lucrativos criada na década de 1960 em Chicago, nos Estados Unidos.

Com atuação global, ela visa aprimorar a qualidade e a segurança dos serviços prestados na área da saúde. Por sua vez, o foco dessa otimização observa-se na Tecnologia da Informação. 

O setor de saúde deseja a certificação HIMSS justamente por atestar que as empresas da área estão alinhadas aos avanços que constantemente ditam as melhorias assistenciais, entretanto o modelo estipulado pela entidade prevê alguns requisitos, que são avaliados e então chancelam o desenvolvimento tecnológico hospitalar caso sejam cumpridos.

Nesse sentido, a certificação HIMSS pode ser obtida em diferentes níveis. Descubra quais são eles, como eles são concedidos e sua importância ao longo dos próximos itens. 

Qual é a importância da certificação HIMSS?

certificação HIMSS funciona como um atestado de excelência para a gestão hospitalar, voltado à sua capacidade de desenvolvimento tecnológico. 

Dessa forma, as unidades que a conquistam garantem um enorme diferencial. Afinal, o certificado atesta seu compromisso com a qualidade de atendimento e com a segurança dos pacientes.

Para você ter ideia, uma matéria do portal Hospitais Brasil destaca que apenas três hospitais brasileiros conseguiram alcançar o nível 7, o mais elevado da certificação HIMSS. 

Em escala mundial, menos de 3% das unidades europeias e estadunidenses alcançaram esse estágio, sendo que apenas 25% delas estão no nível 6.

Em outras palavras, trata-se de um reconhecimento difícil de ser alcançado e que realmente destaca a qualidade do gerenciamento hospitalar

Outra publicação ainda aponta que apenas 10 hospitais alcançaram o nível 6 em toda a América Latina, sendo 8 deles brasileiros. 

Dito isso, você deve estar se perguntando porque os níveis mais elevados apresentam maior dificuldade em se alcançar. Saiba mais sobre eles no próximo item. 

Quais são os estágios da certificação HIMSS e seus requisitos? 

Divide-se a certificação HIMSS em 8 níveis. Cada um deles aponta o quão avançada a unidade está na aplicação da tecnologia em seus serviços de saúde.

Os estágios englobados no modelo EMRAM, ou Electronic Medical Record Adoption Model. Nesse contexto, no português, significa Modelo Eletrônico de Adoção de Registros Médicos.

Em seu objetivo determina-se a maturidade da integração dos sistemas de saúde em cada hospital, em uma escala de 0 a 7.

Isso quer dizer que, no nível 0, não há nenhum tipo de informatização. Já no sete, a Tecnologia da Informação é completa e inerente a todas as práticas assistenciais. 

Confira abaixo o que cada estágio representa e quais seus requisitos básicos:

Nível 0

Antes de mais nada, nesse nível, a instituição não conta com nenhum tipo de tecnologia. Ou seja, não há sistemas instalados para dar apoio aos seus serviços de assistência, nem para fazer a gestão dos seus dados online. Somado a isso, também não há a identificação dos programas RIS, LIS e PHIS. 

Nível 1

Já no estágio 1, o hospital utiliza sistemas RIS (software de radiologia), LIS (programa de informação laboratorial) e PHIS (sistema farmacêutico). Além disso, pode disponibilizar resultados de exames na internet por meio de prestadores externos. 

Nível 2

Nível 2

No terceiro estágio, há um método informatizado para centralizar as informações clínicas. Da mesma forma,, considera-se a adoção, mesmo que inicial, do Vocabulário Médico Controlado. Por fim, a decisão clínica deve ser apoiada pela conferência e interações de dados clínicos-assistenciais. 

Nível 3

Toda a documentação das informações dos pacientes deve ser feita via PEP, ou prontuário eletrônico do paciente. Somado a isso, há a necessidade de um sistema de suporte à decisão clínica (CDSS) para checar erros durante pedidos de exames. 

Nível 4

As prescrições e os pedidos de exames devem ser informatizados por meio de um programa voltado a essa finalidade. Por sua vez, ele deve estar presente em ao menos uma área assistencial da unidade. 

Nível 5

O nível 5 prevê que o hospital utilize um sistema PACS de forma completa. Em síntese ele deve substituir o uso de todos os filmes radiográficos na instituição. Como resultado, espera-se garantir os benefícios das imagens digitais, que têm melhor qualidade e flexibilidade de uso. 

Nível 6

Igualmente, somados a todos os requisitos mencionados até aqui, há a necessidade de que os sistemas internos da unidade sejam totalmente integrados. Logo, devem ser usados softwares para o planejamento estratégico, para dar suporte às decisões clínicas, gerir medicamentos em circuíto fechado, otimizar a documentação médica, tecnologias beira-leito, etc. 

Nível 7

Trata-se do grau mais elevado de complexidade. Além de ser totalmente integrado por meio de seus sistemas, o hospital deve trabalhar com PEP completo e ter um repositório de todos os seus dados, com relatórios e resultados clínico-assistenciais trabalhados por Business Intelligence. Além disso, deve ser 100% paperless, com informações todas digitais e comunicação sem papel com parceiros, fornecedores, laboratórios, operadoras de planos, etc. 

Como é feita a avaliação para a certificação HIMSS?

Como é feita a avaliação para a certificação HIMSS?

Até o nível 5, realiza-se a certificação HIMSS através de uma autoavaliação via questionário na internet. 

Caso as respostas indiquem que o hospital está no nível 6, ele então passa por uma avaliação presencial feita com auditores. 

A partir disso, há duas fases. A primeira consiste no preenchimento de um novo questionário, mais aprofundado. Já na segunda há um processo completo de auditoria.

Nas avaliações presenciais, verifica-se os sistemas utilizados pela unidade, suas integrações e seu alinhamento com os pré-requisitos do EMRAM. 

Outro ponto que pesa na decisão é a consulta dos auditores junto às pessoas que compõem a rotina do hospital. 

Eles conversam com enfermeiros, técnicos, médicos e até pacientes para entender como a tecnologia faz parte da instituição.

Feitas todas as análises, confirma-se a legitimidade da unidade nos níveis 6 ou 7 e é dada a certificação correspondente.

Como conquistar a certificação HIMSS? 

Como você pôde ver, conquistar a certificação HIMSS não é uma tarefa simples. Logo, sabendo disso, procure guiar seu processo de adequação com base nos seguintes cuidados: 

Planeje-se

Acima de tudo, elabore um planejamento preciso das ações que deve realizar, evitando assim colocações muito baixas ou resultados desalinhados às suas expectativas, 

Constantemente lembre-se que a certificação HIMSS é feita em um questionário online. Ele serve para apontar o nível atual da sua instituição.

Com base no seu estágio inicial, estipule as mudanças necessárias e as implemente de acordo com as exigências da entidade, por meio de um plano sólido e bem ordenado. 

Invista

Com base nas etapas do seu planejamento, você precisa investir nos sistemas mais adequados para atingir os níveis que deseja.

Atualmente, diversas tecnologias estão disponíveis para as unidades. Algumas mais e outras menos complexas. 

Fique atento ao que cada estágio da certificação HIMSS exige, implemente os softwares necessários e preze pela integração de todos os seus dados. 

Avalie os requisitos constantemente

Ao implementar melhorias em seu  planejamento, realize uma nova avaliação. Você pode avaliar seu hospital pela internet até o estágio 5.

Nesse processo, conheça a fundo os requisitos da certificação HIMSS e saiba o que esperar de cada nova avaliação.

Tendo as exigências em mente e acesso aos testes online, você pode conferir se cada avanço implementado realmente cumpriu o estágio que você pretendia alcançar. 

Depois de se alinhar bem aos requisitos e de aprimorar sua informatização continuamente, sua unidade certamente estará pronta para as análises presenciais dos níveis 6 e 7.

Quais são as vantagens da certificação HIMSS?

Quais são as vantagens da certificação HIMSS?

As vantagens da certificação HIMSS são inúmeras. Em termos gerais, seus maiores impactos dizem respeito às oportunidades de negócios, networking e educação. 

Sobretudo, para começar, o certificado agrega benefícios para o desenvolvimento educacional das equipes hospitalares.

Entre os programas voltados à educação em Tecnologia da Informação, destacam-se:

  • Realização gratuita de cursos online;
  • Participação na conferência HIMSS Annual Conference & Exhibition;
  • Registro ilimitado para fóruns e briefings virtuais;
  • Acesso ao sistema de aprendizagem HIMSS Learning Center;
  • Registro gratuito na HIMSS Connected Health Conference.

Somado a isso, estão as oportunidades de negócios garantidas pela certificação HIMSS, que incluem:

  • Acesso a ferramentas de análise;
  • Parceria da Semana Anual de TI em Saúde;
  • Associações individuais ilimitadas para qualquer profissional, que permitem aos membros ampliarem seus domínios em TI. 

Muito além das vantagens próprias da entidade, vale ressaltar o prestígio que a certificação agrega no mercado, por exemplo.

Afinal, trata-se do maior reconhecimento mundial em termos de tecnologia em saúde, que certamente agrega um diferencial mercadológico decisivo para quem o conquista. 

A relação entre certificação HIMSS e prontuário eletrônico

O prontuário eletrônico é um dos recursos mais importantes para otimizar as rotinas dos hospitais.

Por substituir os extensos registros em papel e aprimorar os processos de assistência, ele também possui relevância para a certificação HIMSS.

Inclusive, o PEP já é uma exigência a partir do nível 3 do EMRAM, mas sua importância não se restringe apenas a isso. 

Para começar, o prontuário eletrônico é um requisito para qualquer unidade que deseja se tornar paperless.

Além disso, ele também unifica o fluxo de informações. Isso porque, ele organiza todos os dados de atendimento em um só lugar, com acesso simplificado e ágil. 

Dessa forma, mesmo as assistências mais complexas, e que exigem diferentes abordagens, podem se tornar mais precisas e otimizadas. 

Então, além de garantir uma visão única das informações e aprimorar as abordagens médicas, os dados ainda se tornam mais seguros e flexíveis. 

Isso ocorre porque há a proteção de todo documento por meio de criptografia de ponta e pode ser acessado via nuvem apenas com acessos autorizados.

Ou seja, o prontuário eletrônico é a resposta para eliminar os registros em papel. Somado a isso, ele acelera os processos, melhora a documentação e amplia a segurança da unidade.

Todos esses diferenciais são imprescindíveis para atingir o nível de excelência desejado na certificação HIMSS, e certamente fazem toda diferença no momento da avaliação.

Conclusão

Conforme você pôde acompanhar ao longo deste artigo, a certificação HIMSS é um marco indispensável para as unidades de saúde que desejam modernizar-se e demonstrar ao mercado como pautam seus processos de assistência com base nas mais avançadas inovações médicas.

Em conclusão, ella divide-se em 8 níveis, que vão do 0 ao 7, sendo que o mais baixo representa nenhuma adesão à tecnologia e o mais alto a máxima integração digital. Então, realiza-se a avaliação toda online até o nível 5, e depois dele a sua aplicação ocorre por meio de auditores, que adotam análises rigorosas para privilegiar os hospitais em sua cadeia de modernização.

Reconhecida em todos os pontos do globo, a HIMSS tem referência absoluta na promoção de tecnologias assistenciais. Além disso, há poucas as unidades que conquistam seu certificado máximo, o que só reforça a diferenciação que ele garante quando o assunto é excelência médica.

Portanto, se você gostou de saber mais sobre a certificação HIMSS, não deixe de acompanhar outros temas tão importantes quanto esse para os seus serviços de saúde. Clique aqui para assinar a nossa newsletter e receba nossos próximos artigos em primeira mão. Aproveite também e compartilhe este conteúdo com os seus colegas.

Este artigo foi originalmente publicado em https://telemedicinamorsch.com.br/blog/certificacao-himss

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

O QUE É REUMATISMO E QUANDO É HORA DE PROCURAR UM MÉDICO?

 Pacientes - Marcar Teleconsulta

O que é reumatismo e quando é hora de procurar um médico?

A conscientização sobre o reumatismo é de suma importância para a população, uma vez que as doenças relacionadas ao quadro afetam significativamente a qualidade de vida das pessoas. 

Mais que provocar dores intensas e problemas no sistema locomotor, ainda podem ocorrer manifestações mais severas, que acometem os órgãos, os ossos e até o sangue.

Segundo dados publicados pela Sociedade Mineira de Reumatologia, 5% da população brasileira sofre com algum tipo de doença reumática.

Para você ter ideia de como essas enfermidades são limitantes, elas representam a segunda maior causa de auxílio-doença e a quarta maior justificativa de aposentadoria por invalidez. 

Outro ponto importante trata-se do seu diagnóstico que pode ser desafiador, sendo que muitas vezes confunde-se o reumatismo com outras condições dolorosas, como a artrite comum.

Por conta disso, acredita-se que há uma subnotificação de casos, sendo que muitas pessoas ainda estão em busca de um diagnóstico assertivo para garantir o tratamento adequado. 

Não por acaso, o mês de outubro é marcado pelo Dia Mundial de Conscientização Sobre as Doenças Reumáticas, com amplos esforços de conscientização que ocorrem no dia 12.

Mas afinal, o que é reumatismo exatamente? Como diferenciá-lo de condições como a artrite? Quais suas causas, sintomas e possíveis tratamentos?

Para que você entenda melhor a doença e saiba como preveni-la ou até combatê-la, preparei este artigo com as respostas dessas e outras perguntas relevantes sobre o tema. Acompanhe. 

O que é reumatismo?

Reumatismo é o termo utilizado para designar as doenças reumáticas. Elas englobam mais de 200 enfermidades, dentre as quais se destacam a artrite, a fibromialgia e a artrose.

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Em suma, as patologias afetam as articulações, os tendões, ligamentos e músculos, gerando sintomas como dores, inflamações, entre outros diversos.

Inclusive, os quadros dolorosos nem sempre têm ocorrência por quadros inflamatórios, sendo que as manifestações variam de acordo com os tipos de reumatismo.

Na artrose, por exemplo, a dor ocorre por conta do desgaste da cartilagem. Já na fibromialgia, afeta-se a musculatura. Ainda podemos citar casos como o lúpus, que é autoimune.

A doença pode afetar diferentes regiões do corpo. Isso inclui o reumatismo nas mãos, lombar, joelhos, tornozelos e quadris.

Sobretudo, em casos mais severos, ainda há a possibilidade de ocorrência de reumatismo nos ossosreumatismo no sangue e em alguns órgãos, como coração, cérebro e rins.

Apesar de as doenças reumáticas serem mais comuns nos idosos, elas também podem atingir pacientes de todas as idades (de acordo com as causas que explico adiante neste artigo).

Entre as doenças englobadas pela área médica da reumatologia, os principais exemplos incluem, por exemplo:

  • Gota;
  • Artrite reumatoide;
  • Artrose;
  • Lúpus;
  • Espondilite anquilosante;
  • Fibromialgia;
  • Doença de Behçet;
  • Síndrome de Sjögren;
  • Sarcoidose;
  • Granulomatose de Wegener;
  • Polimialgia reumática;
  • Esclerodermia;
  • Púrpura de Henoch-Schönlein;
  • Polimiosite e dermatomiosite.

Apesar de a artrite estar citada entre as doenças reumáticas, às vezes ela não caracteriza um reumatismo em si, mas apenas um sintoma do mesmo. Entenda melhor no próximo item. 

Qual é a diferença entre reumatismo e artrite?

Como citei logo acima, grande parte das patologias que listei podem apresentar quadros de artrite entre seus sintomas.

Nesse sentido, podemos citar como as doenças reumáticas mais associadas a esse tipo de condição a gota, osteoartrite, além da própria artrite reumatoide.

Trata-se de uma condição que caracteriza-se sempre que o paciente tem dores articulares acompanhadas de inchaço e de sintomas como calor local e vermelhidão.

Já quando há somente a dor articular, mas sem sinais de inflamações na articulação afetada, considera-se o quadro como uma artralgia. 

Quais são as causas do reumatismo?

As principais causas do reumatismo associam-se ao desgaste natural dos tecidos ou dos órgãos. 

Nessas situações, o reumatismo muscular, nas articulações, tendões, ossos ou em qualquer sistema do organismo são quadros ligados ao avanço natural da idade. 

Contudo, dependendo da doença reumática, outros fatores podem ser listados. É o caso da hereditariedade, quando há casos da patologia na família, ou até de falhas no sistema imunológico, que ocorrem nas enfermidades autoimunes. 

Em todas as situações, trata-se de um quadro que não está relacionado a acidentes ou traumas físicos.

Quais são as causas do reumatismo?

Por conta da variabilidade de causas, deve-se buscar um médico sempre que algum sintoma surgir de maneira persistente. Conheça os principais sinais da doença logo abaixo. 

Principais sintomas de reumatismo

Como você pôde ver acima, o reumatismo tem sintomas que podem mudar de acordo com cada doença reumática.

Apesar da abrangência, alguns sinais são bastante comuns entre os pacientes e ajudam a definir o diagnóstico dos tipos de reumatismo, como: 

Dor intensa

Considerada um “sintoma clássico” do reumatismo, normalmente, provocada pela inflamação na região afetada. 

Para determinar um quadro reumático, a sensação dolorida deve durar por mais de seis semanas na área acometida.

Normalmente, a dor ocorre mesmo quando o indivíduo não se movimenta. Somado a isso, ela atrapalha muito as atividades da rotina.

As principais manifestações incluem dores ao movimentar os ombros, os braços ou qualquer outra parte do corpo acometida. 

Nos quadros de fibromialgia, as dores apresentam como causas problemas musculares e acompanham sintomas como cansaço excessivo, dificuldade no sono, alterações intestinais, ansiedade e depressão. 

Problemas de locomoção ao despertar

Além das limitações geradas pelas dores em si, a capacidade de movimentação também agrava-seagravada quando o paciente fica longos momentos sem se exercitar.

Em síntese, isso é comum nos horários de descanso ou depois das noites de sono, em que o líquido inflamatório se acumula mais nas articulações.

Como consequência, a sensação dolorosa é intensificada. Junto dela, a região afetada fica mais rígida e o ato de mover-se fica mais difícil ao acordar. 

Inchaço, calor e vermelhidão

Outra consequência do processo inflamatório do reumatismo é a presença de inchaço na região do corpo comprometida pela doença.

Além disso, a sensação de calor e o surgimento da vermelhidão também são comuns, e indicam a necessidade de buscar um médico.

Comprometimento de órgãos

Conforme mencionei no item sobre o que é reumatismo, a condição também pode comprometer os órgãos internos do paciente, como os rins e o coração.

Além disso, podem surgir sinais característicos, como lesões na pele. Dependendo do sistema do organismo afetado, sintomas secundários são possíveis, como a anemia.

Vale mencionar que, no caso das doenças reumáticas autoimunes (como o lúpus), as dores nas articulações são acompanhadas de febre, cansaço e fotossensibilidade. 

Cansaço, febre e emagrecimento

Tanto nas falhas imunológicas, quanto nas próprias inflamações articulares, o organismo pode manifestar uma série de sintomas adicionais.

Nesse sentido, os principais sinais são a febre, a fadiga excessiva, as dores de cabeça e a própria perda de peso. 

Inclusive, como esses sintomas também são característicos de outras doenças, o diagnóstico do reumatismo pode ser dificultado.

Logo, isso reforça a importância de procurar um médico sempre que houver uma suspeita. Além disso, é preciso associar os sinais para descartar a hipótese de outra patologia. 

Fatores de risco do reumatismo

Além das causas que expliquei anteriormente neste artigo, o reumatismo também pode ser favorecido por alguns fatores de risco. Os principais são:

  • Obesidade, em que o excesso de peso nas articulações acelera seu desgaste e o surgimento das dores;
  • Sedentarismo, que provoca enfraquecimento muscular e favorece as condições para o desenvolvimento de certas doenças reumáticas;
  • Má alimentação, rica em gorduras e substâncias inflamatórias, que não só contribuem para o surgimento do reumatismo, como também para a piora dos sintomas;
  • Tabagismo, que é considerado um fator inflamatório. Ele funciona como um “gatilho” para a doença e atua no agravamento dos sintomas;
  • Álcool em excesso, que aumenta o ácido úrico no sangue. A substância concentra-se e se transforma em cristais. Por sua vez, eles depositam-se nas articulações e geram inflamação;
  • Fatores genéticos, que causam predisposição no paciente e facilitam o surgimento da doença a partir de suas principais causas e demais fatores de risco;
  • Condições ambientais, como alterações bruscas no clima, que aceleram o desgaste das articulações e agravam sintomas como a rigidez e as próprias dores;
  • Fatores psicológicos, como depressão, estresse e ansiedade. Eles são responsáveis por consequências diretas e indiretas nos demais sistemas do organismo.

Conhecer os fatores de risco evitáveis é indispensável para adotar práticas preventivas contra o reumatismo.

Fatores de risco do reumatismo

Isso porque, pacientes predispostos podem garantir um tratamento precoce e adequado. Com isso, os sintomas não evoluem e não compromete-se a qualidade de vida.

 

Quem sofre com reumatismo?

De acordo com informações publicadas pelo Ministério da Saúde, as doenças reumáticas afetam aproximadamente 15 milhões de brasileiros. 

Mesmo que o reumatismo seja mais associado aos desgastes gerados pela idade avançada, indivíduos jovens também têm riscos significativos.

Inclusive, é comum que a doença surja entre 35 e 40 anos de idade. Com a dificuldade de diagnóstico, o problema progride até que a incapacidade física seja mais severa na velhice.

A atenção é necessária até mesmo com as crianças. Segundo uma publicação da Sociedade Brasileira de Reumatologia, de 0,1 a 1 em cada 1.000 crianças têm artrite reumatoide juvenil. 

Em relação ao gênero, homens e mulheres têm riscos semelhantes. Nesse contexto, o que muda é o tipo de reumatismo mais associado a cada grupo. 

Enquanto pacientes do sexo masculino são mais propensos a ter gota, por exemplo, as mulheres são sujeitas às patologias autoimunes, especialmente dos 25 aos 50 anos de idade.  

Em todas as situações, é imprescindível saber o momento certo de procurar por uma consulta médica. Entenda melhor a questão no item seguinte. 

Reumatismo: quando procurar um médico?

Acima de tudo, sempre que os sintomas característicos de reumatismo persistirem por mais de 6 meses, a suspeita precisa ser considerada e um médico deve ser procurado.

Apesar da grande variedade de doenças reumáticas, o início quase sempre é semelhante. Ou seja, ocorrem dores, rigidez e inchaço nas articulações. 

De acordo com a supracitada referência do Ministério da Saúde, a ideia de que o reumatismo tem cura definitiva é equivocada.

Contudo, isso só reforça a necessidade do diagnóstico precoce. Afinal, com o tratamento adequado, pode-se convivver com a doença sem que a qualidade de vida seja comprometida.

A partir da suspeita, alguns exames de rotina para a condição são necessários. Eles podem incluir análises de sangue, ressonância magnética e raio-X. 

Em seguida, depois da confirmação, o reumatismo exige alguns tratamentos específicos, que variam de acordo com a enfermidade e as características do paciente. Conheça as possibilidades abaixo. 

Como tratar o reumatismo?

A partir do diagnóstico, é direito do paciente que o médico ofereça os recursos necessários para atenuar o reumatismo.

Igualmente, como mencionei anteriormente, as intervenções podem variar de acordo com cada doença reumática. As principais delas incluem:  

Medicamento anti-inflamatórios

A molécula que favorece o desenvolvimento de líquido inflamatório nas articulações é a prostaglandina. Por sua vez, o uso de anti-inflamatórios inibe sua produção. 

Nesse sentido, o remédio para reumatismo mais eficiente é a cortisona, que proporciona resultados mais céleres no organismo do paciente.

Entretanto, essa opção medicamentosa pode ter efeitos adversos. Por isso, indica-se somente para estágios mais avançados da patologia e seu uso precisa ser encerrado o quanto antes.

Substâncias imunossupressoras

Nas doenças reumáticas autoimunes, o uso de imunossupressores é fundamental para atenuar os processos inflamatórios oriundos dos “ataques” do próprio sistema imunológico. 

Como no caso anterior, podem ocorrer efeitos colaterais indesejados. Sendo assim, recomenda-se o uso de doses baixas, de acordo com o quadro apresentado.

Além disso, em ambas as situações, a automedicação jamais deve ser considerada. Isso porque, só a indicação médica garante um uso seguro e realmente eficiente das substâncias.

Fisioterapia contínua

Fisioterapia contínua

O reumatismo tem sintomas que incluem a rigidez das articulações e, em alguns casos, até sua deformidade. 

Sendo assim, é indispensável realizar sessões contínuas de fisioterapia, que ajudam a recuperar a mobilidade e a atenuar as dores.

Além disso, as intervenções fisioterápicas contribuem para a redução dos processos inflamatórios. Portanto, trata-se de um cuidado fundamental em termos de qualidade de vida.

Conclusão

Ao longo deste artigo, você pôde entender melhor o que é reumatismo, porque ele ocorre e quais são os seus sintomas clássicos, que incluem dores, inflamações, rigidez e limitação na movimentação da área afetada.

Apesar de não ter cura, a doença pode ser muito atenuada com o diagnóstico precoce. Por isso, é fundamental conscientizar-se sobre ela e manter-se atento aos seus sinais, buscando por ajuda médica sempre que necessário para preservar sua qualidade de vida.

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Este artigo foi originalmente publicado em https://telemedicinamorsch.com.br/blog/reumatismo

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin