terça-feira, 29 de janeiro de 2019

O QUE É A ENFERMAGEM DO TRABALHO E SUA IMPORTÂNCIA NA SAÚDE

Atribuições do técnico em enfermagem

      Conheça quais são as atribuições do técnico de enfermagem do trabalho, sua importância na saúde ocupacional e o funcionamento do mercado de trabalho.

Você conhece as atribuições do técnico de enfermagem do trabalho?
Elas são muitas, seja em empresas ou em clínicas de saúde ocupacional.
Esse profissional pode atuar em organizações de setores variados, prestando auxílio a equipes médicas ou realizando procedimentos diversos.
Neste artigo, explico o que faz um profissional de enfermagem do trabalho de nível técnico, além de destacar aspectos do mercado em uma área que cresce conforme mais empresas adotam ações de saúde corporativa.
Você também vai conhecer tecnologias disponíveis para reforçar o serviço de emissão de laudos, a exemplo da telemedicina.
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Boa leitura!

Quem é o técnico de enfermagem do trabalho?

Quem é o técnico de enfermagem do trabalho?
Quem é o técnico de enfermagem do trabalho?
O técnico em enfermagem do trabalho é um dos profissionais que oferecem suporte no ambiente de trabalho, atuando com foco em socorro e prevenção de acidentes e doenças ocupacionais.
De acordo com a Associação Nacional de Enfermagem do Trabalho (Anent), o técnico está apto a realizar a maioria das atividades em sua área, exceto as privativas do enfermeiro do trabalho.
Em geral, esses profissionais estão presentes em empresas nas quais há ambulatório médico interno, compondo as equipes do SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho).

Legislação e normas para a enfermagem do trabalho

Legislação e normas para a enfermagem do trabalho
Legislação e normas para a enfermagem do trabalho
Antes de comentar a legislação, vale lembrar que o setor de enfermagem do trabalho é composto por três categorias profissionais: enfermeiros do trabalho, auxiliares e técnicos em enfermagem do trabalho.
No caso dos profissionais com nível superior e especialização – os enfermeiros -, sua atuação está prevista na Lei nº 7.498/86, que aborda a enfermagem de forma geral, e tem complemento na Resolução Cofen nº 581/2018.
Nela, o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) atualiza os procedimentos para registro de títulos de pós-graduação lato e stricto sensu concedidos a enfermeiros, e aprova a lista das especialidades – o que inclui a grande área da saúde coletiva, e a saúde no trabalho.
Já os técnicos e auxiliares em enfermagem do trabalho têm respaldo na Resolução Cofen nº 238/2000, que fixa normas para qualificação em nível médio de enfermagem do trabalho.
Essa é a principal legislação que aborda as atribuições do técnico de enfermagem do trabalho e, atualmente, se encontra em consulta pública para revisão.
Ou seja, com o objetivo de atualizar a norma, o Cofen está recebendo sugestões de trabalhadores da enfermagem.
Em seguida, a instituição avaliará as sugestões e dará sequência ao processo, expedindo uma nova resolução.
Como citei acima, os profissionais de Enfermagem do Trabalho costumam fazer parte do SESMT e, portanto, a Norma Regulamentadora 04 do Ministério do Trabalho é outro documento importante.
No texto, estão especificadas as atividades do serviço nas empresas, as atribuições do técnico de enfermagem do trabalho, além da quantidade de profissionais que o compõem – exigida conforme o número de empregados e o grau de risco da companhia.

O que é preciso para ser um técnico de enfermagem do trabalho?

O que é preciso para ser um técnico de enfermagem do trabalho?
O que é preciso para ser um técnico de enfermagem do trabalho?
Primeiro, é preciso ter concluído o Ensino Médio e, em seguida, realizar curso técnico em enfermagem do trabalho.
Antes de realizar a matrícula, porém, é importante verificar se o curso é reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC).
Portando o certificado de conclusão do curso de qualificação, o profissional pode solicitar registro no Conselho Regional de Enfermagem (Coren) de sua jurisdição.
Outras recomendações estão na Resolução Cofen nº 418/2011.

Mercado de trabalho do enfermeiro e técnico de enfermagem do trabalho

Mercado de trabalho do enfermeiro e técnico de enfermagem do trabalho
Mercado de trabalho do enfermeiro e técnico de enfermagem do trabalho
Sabemos que os profissionais de enfermagem do trabalho podem compor as equipes do SESMT, mas isso não é regra.
Dependendo da atividade principal da empresa e da quantidade de funcionários, a NR-04 exige a presença de enfermeiros, técnicos e auxiliares em enfermagem do trabalho.
Portanto, o mercado de trabalho é amplo e variado, já que organizações de muitos setores possuem SESMT.
Construção civil, engenharia e indústria são alguns setores que costumam contratar enfermeiros e técnicos em enfermagem do trabalho.
Isso porque esses segmentos estão enquadrados nos graus de risco mais altos (3 e 4), o que significa maior exposição de trabalhadores a riscos de acidentes e doenças ocupacionais.
Assim, a presença de profissionais de saúde especializados no atendimento dos colaboradores se torna essencial para evitar ou impedir o agravo de patologias relacionadas ao trabalho.
Técnicos em enfermagem do trabalho também podem atuar em clínicas especializadas em medicina ocupacional, prestando apoio aos médicos e realizando exames simples.

Quais são as principais atribuições do técnico de enfermagem do trabalho e do enfermeiro do trabalho?

Quais são as principais atribuições do técnico de enfermagem do trabalho e do enfermeiro do trabalho?
Quais são as principais atribuições do técnico de enfermagem do trabalho e do enfermeiro do trabalho?
Neste tópico, vou detalhar as atribuições do técnico de enfermagem do trabalho.
Dentro das empresas, esses profissionais atuam, basicamente, na prevenção de patologias, mas também oferece um primeiro atendimento a ocorrências como acidentes de trabalho.
Junto aos demais profissionais do SESMT – médico do trabalho, engenheiro de segurança do trabalho e técnico de segurança do trabalho -, promovem ações para manter os ambientes ocupacionais seguros e saudáveis.
Portanto, a maior parte das atribuições dos enfermeiros e técnicos em enfermagem do trabalho está no campo da prevenção de doenças.
Cabe ao enfermeiro do trabalho avaliar as condições de segurança na empresa, a fim de que tenha informações para elaborar planos de proteção à saúde dos trabalhadores.
Ele é responsável pela execução e análise desses planos, avaliando a presença de fadiga, fatores de insalubridade, riscos e condições de trabalho do menor e da mulher.
Também compete a esse profissional o planejamento e execução de programas educativos, visando a manutenção da saúde e prevenção de doenças entre os empregados.
Como profissional mais qualificado, o enfermeiro organiza as atividades de enfermagem nas organizações, treinando e supervisionando auxiliares de enfermagem.
O registro de dados estatísticos de patologias e acidentes de trabalho é outra atividade realizada por ele.

Atividades e atribuições do técnico de enfermagem do trabalho

Anent orienta que os técnicos participem da maioria das atividades realizadas pelo enfermeiro.

Ou seja, isso inclui as seguintes atribuições do técnico de enfermagem do trabalho:

  • Planejamento, programação e orientação das atividades de enfermagem do trabalho
  • Desenvolvimento e execução de programas de avaliação da saúde dos trabalhadores
  • Elaboração e execução de programas de controle das doenças transmissíveis e não transmissíveis e vigilância epidemiológica dos trabalhadores
  • Execução dos programas de higiene e segurança do trabalho e de prevenção de acidentes e de doenças profissionais.
As ações de coordenação ou atendimento de urgência em casos complexos só devem ser realizadas por enfermeiros do trabalho.
Apesar de terem a prevenção como objetivo principal, enfermeiros e técnicos em enfermagem do trabalho podem prestar os primeiros socorros diante de ocorrências dentro das organizações.
Essa prática é mais comum em empresas que possuem ambulatórios ou enfermarias, locais onde os profissionais podem fazer curativos ou até administrar medicamentos sob orientação médica.

Aplicação de exames complementares pelo técnico de enfermagem do trabalho

Aplicação de exames complementares pelo técnico de enfermagem do trabalho
Aplicação de exames complementares pelo técnico de enfermagem do trabalho
Visando ampliar a atenção à saúde, empresas podem contar com estrutura para a realização de exames laboratoriais e de diagnóstico por imagem.
Nesses casos, uma das atribuições do técnico de enfermagem do trabalho, é auxiliar os médicos do SESMT, orientando pacientes quanto ao preparo para cada procedimento e até realizar os testes mediante treinamento.
O mesmo ocorre em clínicas especializadas em medicina e saúde no trabalho.
Essas clínicas médicas são contratadas pela maioria das organizações que não possuem ambulatório interno, com o objetivo de realizar exames ocupacionais.
Técnicos em enfermagem do trabalho devidamente capacitados podem conduzir um eletrocardiograma, por exemplo.
O que eles não podem é laudar qualquer dos exames, pois a análise e emissão de resultados é de competência apenas de médicos especialistas na área do teste.
No caso do eletrocardiograma, apenas um cardiologista com especialização no exame pode produzir e assinar o laudo médico.

Exames complementares realizados pelo técnico de enfermagem do trabalho na medicina ocupacional

Embora várias empresas não se enquadrem na obrigatoriedade de manter um SESMT, todas aquelas que têm funcionários devem custear exames na admissão, demissão, retorno ao trabalho, mudança de função e também periodicamente.
Descritas no Art. 168 da CLT, essas avaliações servem para atestar a aptidão ao trabalho, além de prevenir, rastrear e diagnosticar doenças ou agravos à saúde relacionados à atividade profissional.
Cada avaliação é composta por uma entrevista com o trabalhador (anamnese), exames de laboratório e de diagnóstico.
Considerando a área de atuação, idade e condições de trabalho do empregado, a legislação ou o médico do trabalho solicitam exames complementares.
Um exemplo reconhecido em todo o mundo é o raio X de tórax padrão OIT, utilizado para rastrear pneumoconioses entre trabalhadores expostos a poeiras minerais, como amianto e sílica.
Pneumoconioses são doenças ocupacionais que acometem os pulmões, causando dificuldades respiratórias. Algumas podem levar ao endurecimento dos órgãos e à morte.
Por se tratar de um exame radiográfico, o raio X de tórax padrão OIT só pode ser feito por radiologistas ou técnicos em radiologia.
Mas os exames de outras especialidades – cardiologia, pneumologia e neurologia – podem ser conduzidos por técnicos em enfermagem do trabalho, desde que laudados por médicos especialistas.

Eletrocardiograma (ECG)

Responsável pelo bombeamento do sangue por todo o corpo, o músculo cardíaco se movimenta a partir de impulsos elétricos.
A quantidade, frequência e intensidade desses impulsos são identificadas, monitoradas e registradas através do eletrocardiograma.
Por ter um papel relevante no diagnóstico de males cardiovasculares, o ECG é um dos testes complementares mais solicitados por médicos do trabalho.

Eletroencefalograma (EEG)

De forma resumida, o mesmo princípio dos impulsos elétricos está por trás do funcionamento do cérebro, que comanda cada atividade do organismo.
Através de eletrodos fixados na cabeça do paciente, o EEG colhe e registra as informações sobre a atividade cerebral, sendo útil na detecção de doenças neurológicas e distúrbios da consciência.

Espirometria

Também chamado prova de função pulmonar, o teste mostra a capacidade dos pulmões do trabalhador, indicando possíveis doenças respiratórias, como a asma ocupacional.
A asma é uma inflamação crônica que leva ao estreitamento das vias aéreas.

Telemedicina como solução na interpretação dos exames complementares

Telemedicina como solução na interpretação dos exames complementares
Vimos que o treinamento de técnicos é uma solução para reforçar a realização de exames complementares, sendo umas das atribuições do técnico de enfermagem do trabalho.
No entanto, o país não conta com muitos médicos que cumprem as exigências do Conselho Federal de Medicina para laudar esses testes.
O próprio CFM divulgou, ano passado, dados que reforçam a carência de mão de obra médica, especialmente longe dos grandes centros urbanos.
Para se ter uma ideia, a pesquisa Demografia Médica 2018 revelou que 60% desses profissionais estão concentrados em apenas 39 cidades brasileiras, todas com mais de 500 mil habitantes.
O cenário poderia ser ainda pior se não existissem soluções como a telemedicina, que permite a emissão de laudos médicos à distância.
Por meio desse serviço, tanto empresas quanto clínicas de saúde ocupacional podem realizar exames e deixar a análise e interpretação a cargo dos especialistas da empresa de telemedicina.
Basta que os testes sejam feitos com equipamentos digitais, capazes de enviar os dados colhidos a um computador.
Depois, o técnico compartilha as informações via plataforma de telemedicina.
Portanto login e senha, os especialistas acessam os dados e interpretam os exames à distância, emitindo o laudo online, que é assinado digitalmente.
Assim, ambulatórios e unidades de saúde ganham agilidade, reduzem custos e ampliam o portfólio de serviços, gerando mais lucro.

Treinamento do técnico de enfermagem do trabalho à distância para realização de exames complementares

Treinamento do técnico de enfermagem do trabalho à distância para realização de exames complementares
Se a organização ou clínica não mantiver especialistas na realização de todos os exames ofertados, como capacitar os técnicos de enfermagem do trabalho adequadamente?
A solução para isso também já existe.
Empresas como a Telemedicina Morsch pensaram nessa dificuldade, que pode ser solucionada com treinamentos à distância.
A dinâmica é simples: mediante login e senha, o técnico acessa capacitações disponíveis na própria plataforma de telemedicina.
Além da praticidade, os treinamentos não interferem na rotina de trabalho do profissional, pois ficam disponíveis 24 horas por dia.
Os conteúdos são atualizados e contemplam procedimentos básicos durante o exame, preparo, boas práticas e manuseio de aparelhos digitais.

Telemedicina Morsch como parceira na emissão de laudos a distância de exames complementares

A emissão de laudos e a disponibilidade de um treinamento online são alguns benefícios da telemedicina.
Mas não é só isso.
Mesmo clínicas que possuam um time de médicos do trabalho podem melhorar os serviços a partir dos laudos à distância, que são emitidos em minutos.
Com a Telemedicina Morsch, demandas de urgência são analisadas em tempo real.
Essa agilidade auxilia na redução de filas, tempo de espera e, por consequência, no início do tratamento após a confirmação de uma doença.
Livres da tarefa de emitir laudos, os especialistas in loco podem se dedicar a um atendimento mais humanizado, gestão das equipes de saúde, elaboração de documentos e realização de exames complexos.
Quando precisarem se ausentar, podem ser cobertos pelos especialistas da telemedicina, evitando gastos na contratação de substitutos e o acúmulo na demanda por laudos médicos.
Clientes da Telemedicina Morsch também podem pedir uma segunda opinião qualificada para esclarecer dúvidas sobre exames e alugar aparelhos digitaispor comodato.
Esse regime garante o uso de dispositivos digitais gratuitamente, pagando apenas pelos laudos contratados.
A modalidade é ideal para quem deseja economizar na aquisição de equipamentos digitais, que sempre exigem um investimento alto.

Conclusão

Atribuições do técnico de enfermagem do trabalho nas empresas
Conhecemos, neste artigo, as atribuições do técnico de enfermagem do trabalho e o funcionamento do seu mercado de trabalho.
Além das atividades de prevenção e socorro aos funcionários, esses profissionais podem conduzir exames complementares, que serão laudados por especialistas.
Deixe que a Telemedicina Morsch seja parceira da sua empresa ou clínica de medicina ocupacional, fornecendo laudos à distância com qualidade e segurança.
Conheça as opções disponíveis no site, faça contato conosco e solicite um teste grátis da nossa plataforma.
Se gostou deste texto, deixe um comentário e compartilhe em suas redes sociais.
Este artigo foi originalmente publicado em https://telemedicinamorsch.com.br/blog/atribuicoes-do-tecnico-de-enfermagem-do-trabalho

sábado, 12 de janeiro de 2019

TIPOS DE EXAMES QUE USAM RADIAÇÃO NA MEDICINA

Perigos da radiação na Medicina

Como funciona a radiação na medicina, seus benefícios e riscos. Compreenda quais são os tipos de radiações e a importância desse campo atualmente.


O uso da radiação na medicina, embora tenha gerado avanços indiscutíveis, ainda desperta dúvidas.
As principais dizem respeito aos efeitos da radiação ionizante e também sobre como funciona a radiação em um exame de imagem.
Esse é um conhecimento que precisa ser dominado por profissionais de saúde e administradores de clínicas e hospitais.
Afinal, cabe a eles tranquilizar o paciente, enaltecer os benefícios da radiação e mostrar como ela é importante para o seu próprio bem-estar.
Graças ao uso da radiação na medicina, o campo da saúde tem avançado no diagnóstico e tratamento de várias doenças.
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Um dos destaques vai para o câncer, que foi, durante muito tempo, uma sentença de morte.
Hoje, pacientes têm acesso a terapias, chances reais de remissão e até cura, muitas vezes contando com o apoio da medicina nuclear.
Se deseja saber mais sobre essa e outras aplicações da radiação na saúde, continue lendo este texto.
Partindo da descoberta dos raios X até o uso de isótopos, vamos compreender quais são os tipos de radiações e a importância desse campo atualmente.
Boa leitura!

Uso da radiação na medicina

Uso da radiação na medicina
Uso da radiação na medicina
Antes de falar sobre radiação médica em si, é interessante entender o conceito mais amplo.
Podemos dizer que radiação é a energia emitida por uma fonte, que se propaga pelo espaço e tem a capacidade de penetrar materiais.
Conforme detalha a Fiocruz, as radiações são ondas eletromagnéticas ou partículas e, portanto, contêm carga elétrica e magnética.
Elas podem ser naturais ou criadas a partir de dispositivos inventados pelo homem.
As radiações eletromagnéticas estão presentes no dia a dia da maioria das pessoas.
Luz, ondas de rádio e micro-ondas, raio X e radiação gama são as mais comuns.
Já as radiações alfa, beta, feixes de prótons e elétrons são exemplos de radiações em forma de partículas.
Nas últimas décadas, fontes de radiação passaram a ser temidas por muita gente, devido a grandes acidentes como Chernobyl e a exposição ao Césio 137, em Goiânia.
Essas ocorrências envolveram a liberação de elementos radioativos sem medidas de controle, levando à ampla exposição, deformações e mortes.
Por outro lado, é inegável a contribuição da radiação no diagnóstico e tratamento de doenças.
Assim, entidades como o Instituto Nacional do Câncer (INCA) alertam para o uso controlado das radiações, a fim de promover benefícios à saúde da população exposta.
Os efeitos, benéficos ou não, dependem do tipo de radiação, tempo e intensidade da exposição.

Breve histórico

O uso da radiação na medicina teve início em 1895, com a publicação do artigo“Sobre uma nova espécie de raios”.
Nele, o físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen comentou a descoberta do raio X e sua capacidade de produzir fotografias internas do corpo.
A nova técnica marcou o nascimento da radiologia médica, representando um progresso considerável.
Afinal, não era mais necessário realizar cirurgias exploratórias para diagnosticar doenças.
Anos depois, surgiram tecnologias cada vez mais avançadas, dando origem a aparelhos de tomografia, de ressonância magnética e à medicina nuclear.

Princípios básicos da medicina nuclear

Princípios básicos da medicina nuclear
Princípios básicos da medicina nuclear
A medicina nuclear utiliza materiais radioativos para fins diagnósticos e terapêuticos.
Por meio de substâncias contendo baixas quantidades de radiação (radiofármacos), essa especialidade dá suporte à cardiologia, neurologia, hematologia, dentre outras áreas.
Embora as radiografias e a medicina nuclear integrem o mesmo campo (a radiologia), elas partem de princípios distintos.
Enquanto as radiografias focam em características anatômicas, a medicina nuclear se concentra no funcionamento dos órgãos e sistemas.
Uma de suas aplicações mais conhecidas aparece no detalhamento do câncer, determinando o tipo e extensão de tumores.
A partir desses dados, especialistas podem tomar decisões mais assertivas sobre o tratamento e alívio de sintomas.
Além do câncer, doenças como embolia pulmonar, infecções agudas e infarto do miocárdio são diagnosticadas pela medicina nuclear.
Alguns radiofármacos também servem para combater dores nos ossos, hipertireoidismo ou para tratar o câncer na tireoide.

Quais são os tipos de radiações usados pela medicina nuclear?

Quais são os tipos de radiações usados pela medicina nuclear?
Quais são os tipos de radiações usados pela medicina nuclear?
Há alguns tópicos, citei que as radiações podem ser de diferentes tipos.
Uma das classificações principais divide as radiações em ionizantes e não ionizantes.
As últimas possuem uma quantidade menor de energia, apresentando riscos baixos. É o caso da luz, calor, micro-ondas e das ondas de rádio.
Já as radiações ionizantes têm origem no núcleo dos átomos, contendo alta quantidade de energia.
Elas são capazes de provocar a perda de elétrons, alterando o estado físico dos átomos – em um processo que se chama ionização.
Pilares da radiologia médica, os raios X são exemplos de radiação ionizante.
Os tipos utilizados pela medicina nuclear são as radiações alfa, beta e gama.
Vou trazer detalhes sobre cada um deles agora.

Partícula Beta

Corresponde ao elétron emitido pelo núcleo de um átomo instável.
Elétron é uma das partículas que constituem o átomo, e tem carga elétrica negativa.
As partículas beta têm alta velocidade (cerca de 270.000 km/s), mas sua capacidade de penetração no tecido humano é de aproximadamente 1 cm.
Por isso, elas podem causar danos superficiais à pele, mas não aos órgãos, a menos que sejam ingeridas ou aspiradas.

Partícula Alfa

É formada por duas partículas subatômicas positivas (prótons) e duas neutras (nêutrons).
Possui massa e carga elétrica maiores que as partículas beta, mas atinge uma velocidade menor (cerca de 20.000 km/s).
Portanto, sua capacidade de penetração é baixa – não costuma ultrapassar a camada externa de células mortas acima da pele.

Radiação Gama

Depois de emitir uma partícula alfa ou beta, o núcleo instável de um átomo produz ondas eletromagnéticas que constituem a radiação gama.
Assim como os raios X, os raios gama têm alta velocidade, chegando a 300.000 km/s.
Portanto, apresentam grande poder de penetração em diversos materiais, inclusive no corpo humano.

Benefícios do uso da radiação na medicina

Desde a descoberta das radiações ionizantes, profissionais de saúde podem obter imagens internas do organismo, sem recorrer à cirurgia exploratória.
Essa possibilidade resultou na preservação de inúmeras vidas ao longo dos anos.
Afinal, o risco de uma operação é muito maior que o de testes radiológicos.
Monitoramento e tratamento de doenças de forma não invasiva são outras vantagens do uso da radiação na medicina.

Riscos do uso da radiação na medicina

Riscos do uso da radiação na medicina
Riscos do uso da radiação na medicina
Quando há baixa exposição, praticamente não existem efeitos colaterais graves.
Ocasionalmente, pode haver alergia leve ou vermelhidão na parte exposta aos rádios e partículas.
Isso explica por que, muitas vezes, é benéfico realizar exames e tratamentos com radiação.
O problema é que ela tem efeito cumulativo.
Em outras palavras, após períodos de exposição, a radiação ionizante pode até alterar o DNA das células, aumentando o risco de desenvolver doenças, como o câncer.
Esses perigos levaram instituições como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde a alertar a população em geral.
A OMS elaborou documentos informativos, a fim de reduzir a exposição à radiação, especialmente entre crianças.

Principais exames com uso da radiação na medicina

Principais exames com uso da radiação na medicina
Principais exames com uso da radiação na medicina
A radiografia de uma fratura talvez seja o exemplo mais popular do uso da radiação na medicina.
Mas a radiologia médica é uma das áreas que evolui com maior rapidez e conta, atualmente, com técnicas avançadas.
Poucos anos após a descoberta da radiografia, foi inventado o tomógrafo, seguido pelo aparelho de ressonância magnética.
Mais atual, a medicina nuclear também parte do uso de radiação ionizante.
A seguir, conheça alguns exames comuns nesse campo.

Radiografia de raio X

Utiliza raios X para registrar uma espécie de fotografia interna do corpo.
Uma de suas principais limitações é a captação em somente duas dimensões, mostrando estruturas anatômicas sobrepostas.
De qualquer forma, o teste continua sendo útil para diagnósticos simples, principalmente quando envolvem tecidos mais densos, como os ossos.
Esses tecidos aparecem com maior nitidez nas radiografias, pois absorvem mais radiação.
Partes moles como os órgãos absorvem menos radiação, aparecendo em tons mais escuros nas imagens.

Tomografia computadorizada

Também usa raios X para mostrar partes internas, mas as imagens geradas são transversais.
O aparelho utilizado no teste (tomógrafo) possui um tubo que gira 360º em torno do paciente, colhendo imagens em cortes de uma mesma estrutura anatômica.
Esses registros podem, inclusive, ser sobrepostos para formar imagens em 3D.

Ressonância magnética nuclear

O equipamento utilizado na ressonância magnética usa um campo magnético e ondas de rádio para gerar imagens de alta resolução.
A RM é particularmente eficaz para visualizar partes moles e áreas como articulações.
Outra vantagem é que o exame não usa radiação ionizante, podendo ser realizado em gestantes, sem riscos ao feto.

Cintilografia

Esse é um dos principais exames da medicina nuclear.
Usando substâncias que emitem sinais detectados pela câmara de cintilação, o teste revela pontos afetados por patologias.
Quando é realizado no coração, por exemplo, mostra áreas com isquemia (obstrução no fluxo sanguíneo).
Em pacientes com câncer, a cintilografia aponta metástase ou retorno de células doentes após uma operação.

Mamografia

Também conhecido como radiografia das mamas, o teste usa raios X para monitorar alterações no tecido mamário.
Devido ao baixo custo, simplicidade e disponibilidade, a mamografia é o principal exame de rastreamento do câncer de mama em vários países.
Especialistas recomendam que as mulheres sem histórico da doença realizem uma mamografia anual, a partir dos 40 anos de idade.

Outras aplicações da radiação na medicina

Outras aplicações da radiação na medicina
Outras aplicações da radiação na medicina
A radiação tem aplicações terapêuticas, especialmente na área de medicina nuclear.
Em tópicos anteriores, comentei que alguns radiofármacos ajudam no tratamento de patologias e alívio de sintomas.
O iodo-131, por exemplo, se acumula na tireoide e emite radiações gama, destruindo células cancerígenas enfraquecidas.
Já o samário-153 combate o câncer nos ossos, além de atuar como analgésico, reduzindo dores provocadas por metástases.

Radiofármacos e radiotraçadores

Os medicamentos utilizados em medicina nuclear são denominados radiofármacos.
Esses compostos são formados por moléculas ligadas a radioisótopos – elementos com o mesmo número de partículas positivas (prótons), dos quais ao menos um é radioativo.
Radioisótopos artificiais também são chamados radiotraçadores.
Eles podem se transportar pelo organismo, chegando a determinados tecidos e emitindo radiação gama nesses locais.
Em alguns casos, a radiação é usada para destruir células cancerosas.
Na cintilografia, ela é detectada pela câmara de cintilação e transformada em imagem, diagnosticando patologias.
Tecnécio-99 e gálio-67 são exemplos de radiotraçadores.

Radioterapia

A radioterapia consiste no emprego de radiação ionizante para combater diferentes tipos de câncer, como o de mama, próstata e pulmão.
Esse tratamento pode impedir que as células cancerosas aumentem, ou até destruí-las.
Existem dois tipos de radioterapia.
Na teleterapia ou radioterapia externa, o paciente recebe aplicações diárias de radiação, emitidas por um aparelho que fica afastado.
O segundo tipo, a braquiterapia, corresponde a aproximadamente 20% das indicações médicas, pois é mais agressivo.
Nele, aplicadores são colocados diretamente sobre a região tratada, e a radiação é emitida do aparelho para os aplicadores.

Segurança, monitoração e proteção na exposição da radiação na medicina

Segurança, monitoração e proteção na exposição da radiação na medicina
Segurança, monitoração e proteção na exposição da radiação na medicina
Três fatores são essenciais na proteção à exposição a radiações: tempo, distância e blindagem.
Ou seja, tanto trabalhadores que atuem em radiologia médica quanto a população em geral devem ficar expostos pelo menor tempo possível.
No caso dos trabalhadores, há regras para que se mantenham distantes durante exames que envolvam radiação.
Já a blindagem, que costuma ser feita de chumbo, integra as salas de exames e tratamentos desde o projeto.
O objetivo é restringir a área de exposição, evitando que salas vizinhas ofereçam riscos.
No Brasil, a Norma Regulamentadora 32 do Ministério do Trabalho estabelece medidas de segurança e saúde em Serviços de Saúde.
A legislação exige que as unidades que atuem com radiação tenham um Plano de Proteção Radiológica (PPR), incluindo a monitoração individual de cada funcionário exposto à radiação.
Essa monitoração precisa respeitar os limites determinados pela CNEN(Comissão Nacional de Energia Nuclear).
O órgão também estabelece limites aceitáveis para a exposição do público em geral.
Os empregados devem, ainda, ser treinados e usar Equipamentos de Proteção Individual adequados, como avental, óculos, luvas, protetores de tireoide e gônadas.

Telemedicina na emissão de laudos a distância na radiologia

Telemedicina na emissão de laudos a distância na radiologia
Exames que utilizam radiação têm sido a base para o diagnóstico por imagem em todo o mundo.
Eles contemplam desde avaliações simples, realizadas por raio X, até pedidos complexos.
Porém, a distribuição de mão de obra qualificada para laudar esses testes é bastante desigual.
No Brasil, a carência de especialistas implica em custos e grandes deslocamentos para pacientes.
Mas, com o apoio da telemedicina, clínicas em todo o país podem ampliar o portfólio, oferecendo mais exames e resultados de qualidade.
Graças ao serviço de laudos a distância, é possível reduzir gastos com equipes grandes, delegando os resultados aos especialistas da empresa de telemedicina.
Radiografia, mamografia, tomografia e ressonância magnética podem se beneficiar com os laudos online.
Basta que a clínica ou hospital realize os testes com aparelhos digitais.
O treinamento de técnicos em radiologia pode ser feito com materiais disponíveis na própria plataforma de medicina, 24 horas por dia.
Essa é a proposta da Telemedicina Morsch, que ainda disponibiliza alguns equipamentos digitais sem custos no regime de comodato.

Conclusão

Radiação na Medicina: tipos de radiações, exames e medicina nuclear
Neste artigo, mostrei como funciona a radiação na medicina, seus benefícios e riscos.
Quando utilizada junto a medidas de segurança, essa especialidade tem muito mais vantagens que desvantagens.
Com o suporte da telemedicina, qualquer clínica ou hospital pode oferecer exames e laudos radiológicos de forma ágil e confiável.
Deixe que a Telemedicina Morsch auxilie você e sua equipe com o serviço de laudos a distância.
Entre em contato para conhecer planos pensados para sua unidade de saúde.
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Este artigo foi publicado originalmente em https://telemedicinamorsch.com.br/blog/radiacao-na-medicina